Visitante
Rede de Proteção a Mulher: Rompendo com a Violência, o Silencio e a Invisibilidade
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
josélia barroso queiroz lima
2023101202312273
faculdade interdisciplinar em humanidades
Caracterização da Ação
ciências humanas
educação
cultura
direitos individuais e coletivos
regional
campo, saberes e conexões
Sim
Membros
kiria silva orlandi
Voluntário(a)
andréia eunice teixeira alecrim
Voluntário(a)
elivânia cristina rodrigues
Bolsista
Este projeto de extensão multidisciplinar e interfaculdades se vincula às temáticas do campo da Psicologia Social e das Políticas Educacionais e está relacionado às pesquisas que vêm sendo desenvolvidas no âmbito da Faculdade Interdisciplinar em Humanidades/ Programa de Mestrado em Estudos Rurais. Discutimos os processos educativos formais e informais que edificam a sociedade brasileira, e que formam a base material, simbólico e cultural que Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc/UFVJM) - Página 7 de 21 configuram esta ultima como uma sociedade hierarquizada. A proposição amplia o que vem sendo discutido em sala de aula e desenvolvido em pesquisas ( em iniciação cientifica, em trabalhos de conclusão de curso e no Programa de Mestrado em Estudos Rurais. Via extensão, pretende-se possibilitar aos acadêmicos, que estão pesquisando as temáticas mencionadas e, ou, que compõem os grupos de pesquisa nos quais a temática vem sendo debatido, um espaço de aprendizagem, no qual a escuta, o envolvimento e o acolhimento da população de mulheres que rompem com a violência domestica, através do acesso as políticas públicas de proteção, possam ser conhecidas, entendidas e problematizadas. Portanto, este projeto de extensão tem o objetivo de fortalecer a rede de proteção à mulher, por via da participação acadêmica e pela interlocução entre universidade e sociedade civil. Cientes que na condição de prestar depoimentos, muitas mulheres ultrapassaram a fronteira da subordinação e da violência domestica, faz-se necessário dar condições de que elas possam ser ouvidas, acolhidas e ajudadas a registrar suas historias, rompendo os silêncios sociais que marcam sua condição de mulher. Nesse sentido, a questão que se coloca é como o acolhimento institucional na rede de proteção à mulher pode contribuir para dar voz aos silêncios que marcam a sociedade patriarcal.
ruptura do silencio, rede de proteção, Violência domestica
O projeto de extensão foi desenvolvido inicialmente de forma voluntária por uma discente do BHU e pela docente proponente desde 2018, realizando ações como Roda de Conversas e parcerias com oObservatório do Direito das Mulheres- T.O com atividades formativas sobre a Lei Maria da Penha. Num aprofundamento de intervenções que visam divulgar os direitos das mulheres. No ano de 2018, através da parceria com o curso de Sistemas de Informação a UFVJM desenvolveu um aplicativo a ser usado pela Policia Civil e Militar de Diamantina, bem como pela guarda municipal da cidade para facilitar o monitoramento das medidas protetivas. ( O aplicativo foi lançado publicamente em 30 de novembro de 2018, no anfiteatro da UFVJM).Garantir recursos ao projeto via o edital PIBEX tem por objetivo ampliar as ações iniciadas, agora sobretudo pelo custeio da bolsista e de material gráfico a ser divulgado em âmbito local e regional. Desde 2019, via PIBEX, ocupamos o espaço da UFVJM e via Núcleo de Orientação Socioeducacional- NOS, desenvolvemos Rodas de Conversas mensais no ambiente da UFVJM, com profissionais da educação e com as mulheres, servidoras tercerizadas da limpeza, desenvolvemos ações no FESTIVALE 2019 e em eventos divulgando os trabalhos em cursos:III Coloquio Internacional Feminismo e Agricultura, III CIFA/2019, Recife; Brasil e no XX Congreso Nacional y XLantinoAmericano deSociologia JuridicaSetembro de 2019 Santa Rosa- La Pampa Argentina. ALAS Peru; a ser realizado em Dezembro próximo. Em 2020, tivemos o projeto aprovado via PIBEX, mas que foi desclassificado por questões documentais ( ausência de documento assinado via SEI). No entanto, em 2020, 2021 e 2022, mantivemos aulas publicas, participações e apresentações do projeto em congressos e eventos de extensão (IX CBEU/2021/ Belo Horizonte, IX CLACSO/ Cidade do México/ 2022) e publicações de artigos em anais de eventos e capitulo de livro publicado pela editora Atena.
Ao compormos a rede de proteção contra a violência doméstica, inserido e participando das ações da Delegacia de Atendimento a Mulher tendo por campo de análise os registros das oitivas avançamos nos estudos sobre a violência à mulher e seus enfrentamentos qualificando os dados, que foram mapeados, permitindo um acumulo de saber que nos permitiu entender os ciclos da violência e os atravessamentos sociais que levam ainda ao silenciamento da violência domestica. Por outro lado, participar do fazer institucional da delegacia especializada no atendimento à mulher permitiu que acadêmicos, docente e envolvidos no projeto de extensão viessem a conhecer, contribuir com o trabalho educacional e preventivo do enfrentamento à violência, ja que decorrente do saber, pudemos multiplicar ações de divulgação e de informações necessárias à mudança cultural patriarcal. Nesse sentido em âmbito do fazer universitário as ações de aulas publicas para diferentes cursos : medicina, odontologia e ate mesma IFNMG tem possibilitado discussões que desnaturalizam as violências cotidianas dirigidas a homens e a mulheres. No âmbito do espaço universitário, romper com o silencio da violência e garantir o espaço de acolhimento do Núcleo de Orientação Socieducacional- NOS tem a função de aprimorar e qualificar o acolhimento institucional na rede de proteção à mulher podendo contribuir para dar voz aos silêncios que marcam a sociedade patriarcal. Portanto, este projeto se soma às diferentes forças articuladas pela Rede Municipal de Enfrentamento a Violência contra a Mulher com o propósito de garantir a efetivação dos direitos das mulheres. E nesse sentindo, possibilita que Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri cumpra sua função social, inserindo-se na rede de proteção. Justifica-se a necessidade de garantir a inserção dos acadêmicos ( da graduação e da pós-graduação) que investigam sobre as temáticas relacionadas à psicologia social e políticas educacionais e ainda as investigações e estudos desenvolvidos por via do Programa de Mestrado em Estudos Rurais, em campos de atuação das políticas publicas, contribuindo para uma formação sensível e comprometida com o enfrentamento da violência. Num desdobramento do processo de sensibilização e enfrentamento da violência temos desenvolvido as rodas de conversa entre projetos desenvolvidos junto a UFVJM- Observatório dos Direitos das Mulheresdos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, projeto de Iniciação Cientifica/ FAPEMIG Politicas Publicas e mulheres dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Observatório dos Vales e do Semi- Árido, e tal iniciativa tem levado a participação de discentes e docentes que trabalham ou querem entender sobre a questão da violência à mulher. Assim, a garantia do projeto de extensão e seu custeio, nos permitirá ampliar as ações educativas, reflexivas e interventivas. Importante mencionar que nos anos de 2019/2020 pudemos contar com a participação do professor visitante de arte cênica e de seu trabalho com as artes. Em decorrência do PIBEX/ 2019; podemos acessar distritos de Diamantina, de modo a conhecer e pensar ações de divulgação de informação junto as comunidades, desde inicio do projeto, juntamente com a equipe das artes cênicas, fizemos uma aproximação entre comunidade externa e UFVJM, com divulgação de peças teatrais a peça infantil: A menina que não queria ser princesa, Alzira, Olhos D.agua. Em 2020, decorrente da Pandemia, e da ausência de bolsista e de recursos o projeto foi mantido com realização de lives, aulas publicas e parcerias entre docente e a Delegacia de Mulheres de Diamantina, e o Observatório dos Direitos das Mulheres / T.O. Para além dos muros da UFVJM, juntamente com as mulheres que trabalham na limpeza da UFVJM, de outubro de 2019, a março de 2020, estendemos as ações das rodas no bairro Cidade Nova, através da associação do bairro. A proposta apresentada, portanto, visa manter as rodas de conversa, uma vez ao mês, no interior da UFVJM/ Campus JK. Retomar as ações da extensão, divulgando via cartazes, informações publicas em ambientes como banheiros, e espaços coletivos de orientações e abertura para a escuta de mulheres, de modo a contribuir com orientações que as possibilitem romper os ciclos da violência. Através da metodologia dialogada com as mulheres, temos ampliado a divulgação de informações e construído um ambiente no qual elas se sintam acolhidas e respeitadas de modo a partilhar suas questões. Fortalecer as ações em curso, nos levam a reapresentar o projeto para o PIBEX /2022, na linha de direitos individuais e coletivos, entendendo que a Lei Maria da Penha, se constitui como um direito conquistado e que necessita ser consolidado como processo formativo, também no âmbito da universidade. Nesse sentido, justifica-se a necessidade de garantir recursos para sua manutenção. Ressalta-se que, em de outubro de 2019 intensificamos as ações de intervenções no campus JK, via arte, via material impresso, com a pandemia, a interrupção das ações aconteceram. Mas queremos em 2022/2023 retomar as ações buscando ocupar espaços públicos, nos quais o tema da violência a mulher, possa provocar nos acadêmicos reações de interesse e participação nas rodas mensais que ocorrem no campus. Manter a visibilidade temática tem sido a estratégia do nosso trabalho, divulgando o NOS- Núcleo de Orientação Socioeducacional contra a Violência a Mulher como instrumento de divulgação e de dialogo entre cursos, instituições e ações dentro e fora da UFVJM.O processo de ensino e aprendizagem à medida que discute e permite a compreensão da cultura patriarcal e que lança um olhar sobre o cotidiano social, tem produzido não apenas a reflexão crítica, mas também o descortinar de vivências e dores dos e das estudantes, que compreendendo e significando os contextos sociais, econômicos e culturais nos quais foram socializados, entendem as relações construídas- sejam elas baseadas na violência ou não. Percebendo como o cotidiano produz sociabilidades, podem se entender como sujeitos históricos- produtos, mas se percebem como sujeitos produtores da história. Nesse sentido, os enfrentamentos vão se revelando como uma necessidade. E temos percebido que via arte, via produção acadêmica, via inserção em projetos como o que temos desenvolvido se torna uma forma de interferir na realidade e de produzir outras narrativas. Entendem que a democratização social brasileira, necessariamente, implica o acesso aos direitos sociais e políticos historicamente negados ao povo brasileiro, mas, sobretudo, às mulheres
• OBJETIVO GERAL Fortalecer a rede de proteção à violência domestica/violência a mulheres. Objetivos Específicos: • Compor a rede de proteção a mulheres no município de Diamantina, com a inserção docente, discente nos trabalhos que organizam a rede. • Produzir dispositivos/aplicativos de acesso as informações dos dados da segurança publica, no que tange a rede de proteção de modo a dar celeridade e confiabilidade no acesso as informações aos agentes de segurança publica . • Instrumentalizar os acadêmicos envolvidos no projeto a compor a rede de proteção. • Divulgar os saberes produzidos junto às disciplinas, aos grupos de pesquisa e ao projeto de extensão a comunidade acadêmica e a população em geral. • Fortalecer os trabalhos do Observatório Direitos das Mulheres dos Vales Jequitinhonha e Mucuri • Criar e divulgar folder/cartilha de divulgação dos direitos das mulheres/ Lei Maria da Pena • Promover e participar de eventos que discutam gênero . * Organizar grupo de apoios institucionais junto a UFVJM para acolher e orientar acadêmicas vitimas de violência, fortalecendo os contatos ja iniciados através das aulas publicas com diferentes cursos da UFVJM * Apoiar e fortalecer as ações de outros grupos institucionais que trabalham com a temática de gênero, etnia e equidade social, a saber: Observatório do Semi Árido e Literatura e Feminismo;
Fortalecimento da rede de proteção a mulher, via divulgação de informação, Intervenção publica e organização de formas de acolhimento das mulheres que desejam romper com o ciclo da violência, no âmbito da UFVJM e fora dela. Organização das ações mensais que mobilizem os diálogos entre diferentes sujeitos sociais que compõem o cotidiano universitário de modo a desnaturalizar o silencio que encobre a temática da violência à mulher e, sobretudo a violência domestica. Produção de um protocolo de acolhimento a mulher vitima de violência no ambiente universitário, de modo a garantir o acolhimento e o atendimento da mesma, Articulação das ações partindo dos acúmulos de saberes dos trabalhos produzidos via graduação e pós-graduação, Difusão e ampliação dos trabalhos dos grupo de estudo Utopias dos Vagalumes como estratégia de aproximação UFVJM- comunidade acadêmica e comunidade em geral, através de ações de extensão que aproximem UFVJM e Comunidade ( via escolas, grupos de trabalhos como os organizados pelos CAs e outros que possamos estabelecer contatos e possíveis parcerias.
Inserindo acadêmicos da Faculdade Interdisciplinar em Humanidades e ou ao grupos de estudos em desenvolvimento sob a responsabilidade da equipe executora com o trabalho da delegacia das Mulheres, queremos continuar a mobilizar a escuta dos relatos de agressão e sobretudo, possibilitar o conhecimento de uma política publica de acolhimento e proteção a mulher, que se institucionaliza, sobretudo, através da Lei 11 340/2006- Lei Maria da Penha. O acolhimento feito pela equipe da Delegacia de Mulheres foi acompanhado e os dados dos relatos foram sistematizados, como parte do trabalho de extensao que vem sendo desenvolvido desde 2018. Uma acadêmica (bolsista/ e voluntarias que quiserem inserirem-se no trabalho), acompanha semanalmente a delegacia, tendo por atividade dois dias a serem combinados com a equipe da delegacia, de modo a compor a agenda semanal de trabalhos. Este acompanhamento visa conhecer e contribuir com o trabalho de acolhida, a medida que, fundamentada em leitura e orientações, a bolsista pode colocar em análise os relatos e contribuir com perguntas que possam fazer dar voz as mulheres. Objetiva-se que os dados continuem sendo sistematizados, digitalizados e transformados em informações que possam ser colocada a disposição da rede de proteção a mulher. Assim, contamos ainda com contribuição a criação e o acompanhamento dos acadêmicos do curso de Sistemas de Informação e dos demais membros da equipe do projeto, que desenvolveram um aplicativo que fica a disposição dos profissionais de segurança pública, de modo a cruzar dados que envolvem as medidas protetivas. Os agentes da segurança publica acessam os dados da delegacia de Mulheres- no que tange as medidas protetivas, buscando informações que informam , em caso de ocorrência, sobre mulheres vitimas de violência que encontram-se sob medida protetiva e no que tange aos agressores, possam saber se eles estão cumprindo medidas protetivas. ( Como temos desenvolvido o projeto desde 2018, de modo voluntario, o aplicativo foi feito e entrou em aplicabilidade a partir de dezembro de 2018). Nomeado como Aplicativo Penha, ele tem ja comprido sua função no distrito diamantinense. A metodologia se pauta nas orientações semanais e ou quinzenais, nos grupos de estudos temáticos, articulando as leituras decorrentes da necessidade do dia-a-dia do serviço de proteção e dos grupos de estudos /pesquisa em andamento. Uma vez ao mês as docentes responsáveis pelo projeto junto com a bolsista (podendo em algum momento, os demais acadêmicos envolvidos nos grupos de pesquisa e no projeto participarem) reúnem para analise dos trabalhos, em algumas reuniões, contamos com a Delegacia de Mulheres de modo a ouvir e colocar em discussão o andamento do próprio projeto com a equipe da segurança publica. O projeto produziu oficinas de discussão ao longo do ano de 2019, no interior da UFVJM, divulgando o trabalho, promoveu eventos que mobilizaram a divulgação da rede de proteção e da Lei Maria da Penha de modo a divulgar/ popularizar os saberes em torno dela. Decorrente disso, compussemos trabalhos do Observatório dos Direitos das Mulheres dos Vales Jequitinhonha e Mucuri, organizamos e participamos de eventos ligados à temática de gênero/Evento Mulher, manter inserção junto ao FESTIVALE ( em 2018 tivemos a primeira participação no festival, em 2019, organizamos e realizamos o II encontro em Belmonte). A proposição de aulas públicas e, ou, atividades abertas ao publico acadêmico e, ou, a população em geral, divulgando o acúmulo do trabalho e das pesquisas realizadas- em 2019 realizamos a palestra: feminismo; no II Fórum Regional de Empoderamento Feminino. E ainda apresentamos o trabalho em curso em eventos científicos: III Colóquio Internacional Feminismo e Agricultura, III CIFA/2019, Recife; Brasil e no XX Congreso Nacional y X LantinoAmericano de Sociologia Juridica,Setembro de 2019 Santa Rosa- La Pampa Argentina. ALAS Peru; a ser realizado em Dezembro próximo.Organizamos um folder informativo sobre o NOS- Núcleo de Orientação Socioeducacional Contra a Violência a Mulher, e sobre as 5 forma de Violências vividas pelas mulheres, este material foi divulgado nos banheiros públicos da UFVJM ao longo da execução do projeto em conjunto com as equipes e os profissionais envolvidos neste projeto, e sobretudo, com a colaboração das mulheres responsáveis pela limpeza da UFVJm. Desenvolvemos as Rodas de Conversas, grupo de apoio e orientação às mulheres, vitimas de violência ou não, junto a UFVJM, de abril a dezembro de 2019. Em 2017/2018 registramos informações de abusos ocorridos junto a acadêmicas. Em 2018, no interior da UFVJM, o ônibus lilás- instrumento da secretaria de estadual de Direito das Mulheres, em duas horas, registrou 4 casos de abuso, de modo conjunto com discentes, docentes e a delegada pretendemos instituir um grupo de apoio a ser organizado e realizado no Centro de HUmanidades, na sala de estudo do BHU. Via grupo podemos mapear, registrar e produzir conhecimento que nos possibilite criar ações junto a UFVJM para mudar a cultura hierarquizante da universidade. A arte tem sido uma estratégia metodológica, através do grupo de teatro viajamos as regiões/ municípios atendidos pela Delegacia de Mulheres de Diamantina de modo a provocar reflexões ligadas a temática. A peça Olhos D'agua, a partir do original de Conceição Evaristo foi um ponto inicial da ação, sendo premiada no FESTIVAL Internacional de Araçuaí. Outra peça temática_ A Menina que não Queria ser Princesa, voltada ao publico infantil, deverá ser instrumento de dialogo- juntamente as escolas dos distritos diamantinense. Ampliando as ações do grupo, iremos no bairro Cidade Nova, em parceria com a associação do bairro iniciar rodas de conversas- com mulheres e jovens e com aqueles que quiserem participar, problematizando o cotidiano, no qual a violência tem sido naturalizado. Assim, metodologicamente, temos construído ações com as mulheres e a equipe que compõem o projeto. No campus JK, intensificaremos as intervenções artísticas e culturais com a temática da violência.
HABERMAS, Jürgen- Mudança estrutural da Esfera Publica: investigações quanto a uma categoria da sociedade burguesa/ Jürgen Habermas; tradução de Flavio R. Kothe. – Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984 LEMOS, Silse. O trabalho das mulheres da agricultura familiar à indústria capitalista contemporânea e a incidência dos mitos nas relações de gênero na sociedade patriarcal. Revista de Políticas Publicas, 2016. Disponível em http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rppublica/article/view/5986 SILVA, Maria Aparecida Moraes. Mulheres Trabalhadoras Rurais: trajetórias e memórias. RURIS, Volume 4. Setembro de 2010 RIBEIRO, Celina Neves. Violência Domestica Contra a Mulher: Caracterização do fenômeno a nível municipal. (Dissertação de Mestrado), UFVJM, 2016.
A acadêmica bolsista ficara a cargo de conduzir os trabalhos de intervenção junto com a equipe coordenadora: reuniões mensais com grupos de mulheres, ações de intervenções no campus, construção de espaços de escuta e de denuncia sobre violências cotianas naturalizadas, intervenções nos espaços públicos dos banheiros femininos de forma a fortalecer espaços de reflexão e manifestação das estudantes. Manter atualizado as redes sociais que foram instituídas para alimentar o trabalho junto a UFVJM- o email do NOS nosufvjm@gmail.com, e ainda o instagran. Mantendo um trabalho continuo no campus JK, junto ao Observatório do Semi Árido. Participar das rodas de conversas em diferentes espaços coletivos dos CAs as escolas publicas ( este trabalho deverá ser iniciado, porem de forma experimental, pois entendemos que o fortalecimento interno das ações junto a UFVJM e seus diferentes cursos é fundamental, mantendo sobretudo o trabalho ja instituído com as mulheres trabalhadoras terceirizadas no campus JK. A bolsista e a participação voluntaria poderá ser aceita, desde que os estudos temáticos sejam garantidos e respeitados como processo formativo de todos os envolvidos, de modo a garantir o entendimento das ações e dos instrumentos usados. No trabalho reflexivo e de intervenção continuaremos usando os recursos da arte- desde musicas a livros, filmes e videos e ainda intervenções performáticas. Em especifico, nesta proposta, queremos ter o livro- Insubmissas Lagrimas de Mulheres de Conceição Evaristo, como um instrumento mediar de historias de mulheres negras, de forma a facilitar as expressões e vivencias das mulheres vinculadas ao trabalho terceirzado da UFVJM, mas não apenas. As rodas de conversas poderão lançar mão de musicas, poesias, curtas de demais artes. Estudantes do grupo de utopias- vinculado ao Programa de Mestrado em Estudos Rurais poderão compor os diversos trabalhos de divulgação do trabalho, seja de intervenção, podendo juntar-se ao grupo estudantes da graduação sensibilizados em discutir e divulgar os conhecimentos produzidos nos diferentes e diversos espaços de produção do conhecimento. Por fim, podemos ter a participação de outros estudantes que queiram compor e participar do FESTIVALE e do Encontro de mUlheres para ampliar, conhecer e entender sobre as implicações daqueles e daquelas que defendem o feminismo.
Este projeto de extensão multidisciplinar e interfaculdades se vincula às temáticas do campo da Psicologia Social, das Políticas Educacionais e está relacionado às pesquisas que vêm sendo desenvolvidas no âmbito da Faculdade Interdisciplinar em Humanidades. Além disso, no âmbito dessas temáticas muito tem sido discutido sobre os processos educativos formais e informais que edificam a sociedade brasileira, e que formam a base material, simbólico e cultural que configuram está ultima como uma sociedade hierarquizada. No percurso formativo, dos estudantes essas discussões acabam trazendo a tona as relações sociais e os processos de socialização que se dão em diferentes espaços formativos - desde à família, aos grupos sociais, ao trabalho e à educação escolar. Tendo como marco histórico a Constituição Federal de 1988, a redemocratização do país e as políticas de reconhecimento (Habermas, 1994), se debate os desafios históricos que se necessita enfrentar se de fato queremos construir uma sociedade democrática. Nesse âmbito, tem colocado em análise, como os discursos religiosos, científicos e as narrativas cotidianas, ainda reproduzem olhares estimagtizantes sobre o feminino, e como a divisão social do trabalho se funda no binarismo sexual. Na discussão sobre a educação e cultura brasileira, a temática de gênero, patriarcado e formação social tem sido temas constantes do percurso profissional da equipe executora, justificando assim, o porquê de propor o projeto de extensão: Rede de Proteção a Mulher: Rompendo com a Violência, o Silencio e a Invisibilidade. Pois a proposição tem a função e o caráter de ampliar o que vem sendo discutido em sala de aula e desenvolvido em pesquisas . Via projeto de extensão, pretende-se possibilitar aos acadêmicos, que estão pesquisando as temáticas mencionadas e, ou, que compõem os grupos de pesquisa nos quais a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc/UFVJM) - temática vem sendo debatido, um espaço de aprendizagem, no qual a escuta, o envolvimento e o acolhimento da população de mulheres que rompem com a violência domestica, através do acesso as políticas públicas de proteção, possam ser conhecidas, entendidas e problematizadas. Portanto, este projeto de extensão tem o objetivo de fortalecer a rede de proteção à mulher, por via da participação acadêmica e pela interlocução entre universidade e sociedade civil. Cabe ressaltar que desde Novembro de 2017, vem sendo organizada ações da Rede Municipal de Enfrentamento a Violência contra a Mulher, tendo acontecido 2 encontros da Rede. Portanto, este projeto visa assim, compor forças e garantir a inserção dos acadêmicos que investigam sobre as temáticas relacionadas à psicologia social e políticas educacionais em campos de atuação das políticas publicas, possibilitando que Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri cumpra sua função social,inserindo-se na rede de proteção. A hierarquização social como simbólico cultural tem seu fundamento, sobretudo, no sistema patriarcal que, secundarizando o lugar social da mulher, normatiza regras sociais que subordinam, oprimem e submetem a mulher ao poder masculino.(LEMOS;2015). Não obstante, a hierarquização fica invisibilizada, pois a ideia da igualdade social, e da meritocracia são discursos que hegemonizados no senso comum, e na mídia, dificultam um olhar acusado sobre as relações sociais que reproduzem e atualizam as hierarquias historicamente aprendidas. A violência domestica contra a mulher tem raízes históricas e culturais, pois se acenda em diferenças e diversas narrativas simbólicas, não obstante, considerando ser o Vale do Jequitinhonha fundamentalmente marcado pela ideologia religiosa, nos é necessário compreender como na relação mulher e agressor, os discursos ocupam a função de manter e ocultar relações de violência, que nem sempre são percebidas como tais. Nesse sentido, é importante ressaltar o discutido por Silva (2010), que estudando trajetórias de trabalhadoras rurais e o mundo do trabalho, analisa como neles as narrativas religiosas cumprem papeis ideológicos, no estudo mencionado, trabalhadoras rurais do Vale do Jequitinhonha foram ouvidas. Assim, como argumenta a autora: “O universo simbólico da religião judaico-cristã é um dos componentes da ideologia do poder patriarcal que domina as relações sociais nas quais se acham inseridas essas mulheres. Os relatos são eivados da concepção do patriarcado em que a mulher ocupa o lugar do oprimido, portanto de objeto e não de sujeito. O sofrimento faz parte de suas representações e autorrepresentações. Na concepção religiosa, Deus possui o controle de todos os homens e da natureza e, para agradá-Lo, é preciso percorrer o árduo caminho da obediência e submissão. Em muitas ocasiões, o sofrimento, advindo da relação com os filhos e maridos, é parte constitutiva do destino de gênero. Mulheres que não abandonam os filhos, que suportam a violência e o alcoolismo dos maridos durante toda vida, são muito frequentes. Raras são aquelas que logram romper com esse destino. Muitas carregam o complexo da culpa, como se tratasse de um pecado original. A estruturação dessas ideias se apoia na base material das relações patriarcais. O conceito de ideologia permite a interpretação da inversão necessária à dominação. Silva, 2010, p4. Silva (2010) expõem em seu trabalho como a metodologia de historia de vida e a escuta do pesquisador são importantes para entender as lacunas do indizível, pois muitas trajetórias marcadas pela violência ocultam os conflitos de gênero, classe social e etnia. Interessa-nos seu trabalho por muitos elementos, a construção social do gênero, as narrativas discursivas e simbólicas que compõem as narrativas das mulheres, mas sobretudo, nos chama atenção a proposição de que, via a historia oral e as entrevistas, as mulheres podem retomar as memórias sociais. Cientes que na condição de prestar depoimentos, muitas mulheres ultrapassaram a fronteira da subordinação e da violência domestica, faz-se necessário dar condições de que elas possam ser ouvidas, acolhidas e ajudadas a registrar suas historias, rompendo os silêncios sociais que marcam sua condição de mulher. Nesse sentido, a questão que se coloca é como o acolhimento institucional na rede de proteção à mulher pode contribuir para dar voz aos silêncios que marcam a sociedade patriarcal.
Público-alvo
Mulheres diamantinenses e da região inseridas ou não, na rede de proteção contra a violência doméstica. Grupos de mulheres atendidas pelo Sistema Unificado de Assistência Social/SUAS. Acadêmicos dos Cursos de Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades e Programa de Mestrado em Estudos Rurais.Acadêmicos da UFVJM que participarem dos eventos promovidos pelo projeto de extensão. O projeto via arte, objetiva divulgar junto a crianças e adolescentes( em idade escolar ) a temática relativa a construção social de gênero, problematizando as questões simbólicas que a atravessam. No âmbito da UFVJM, o projeto visa atingir acadêmicas, mulheres, acadêmicos que participam da comunidade estudantil ou não da UFVJM. À medida que o trabalho se amplia, nas rodas de conversas, que temos desenvolvido mensalmente junto a UFVJM, desde 2018, temos percebido que há variação de estudantes que colocam em discussão a violência. O sistema patriarcal se funda na violência física e simbólica, e se há o silenciamento da mulher, há também o silenciamento do homem, numa construção de uma masculinidade tóxica que o sufoca. Entender como as regras sociais aprendidas, retroalimentam um simbólico opressor, necessário a manutenção do sistema econômico capitalista, tem provocado o debate e a reflexão sobre os valores sociais, os ritos naturalizados, invisibilidades que garantem a permanência da cultura do terror com a qual fomos educados. No interior da UFVJM, mantemos o espaço de diálogo das rodas de conversas e através da instituição do NOS- Núcleo de Orientação Socioeducativo contra a violência à mulher abrimos um canal de comunicação com a comunidade acadêmica. O NOS representa um espaço de acolhimento, de recebimento de denúncias, de divulgação de informação para garantir as mulheres acesso aos direitos sociais e as políticas de proteção. Acadêmicas vinculados ao projeto de extensão são responsáveis por receber via email, fone e ou redes sociais informações e denúncias sobre violências dirigidas as mulheres- sobretudo, as universitárias. Compreendemos que o espaço da universidade, sendo um espaço social, inserido numa sociedade historicamente desigual, reproduz também em seu interior relações de poder que subordinam e oprimem os sujeitos sociais. Abrir o canal de comunicação é uma forma de mapear e fomentar as expressões de possíveis violências silenciadas. O poder hierarquizante é parte da cultura universitária. Lima( 2017) Importante ressaltar que em 2019 participamos e ajudamos a organizar o Encontro de Mulheres que em 2022 teve sua IV edição. Este encontro realizado durante o Festival de Cultura Popular do Vale mobiliza diferentes grupos de mulheres e a metodologia utilizada é a partilha de saberes e experiências e informações que permitem a ampliação do acesso as politicas publicas de proteção a mulher. Mas não apenas, pois temos colocado em debate as violências de gênero que o sistema patriarcal impõe aos sujeitos não hetero normativos. Nesse sentido, a participação no FESTIVALE amplia consideravelmente nosso publico alvo, em cada encontro temos em media 150 mulheres- conforme edições de Belmonte, Serro e neste ano, em Itamarandiba.
Municípios Atendidos
Diamantina
Capelinha
Alvorada De Minas
Serro
Gouveia
Felício Dos Santos
Itamarandiba
Parcerias
Delegacia de Atendimento Especializado a MUlher- Diamantina. Minas Gerais.
A parceria com o Observatório implicará o uso do espaço no campus JK, para atendimento e acolhimento dos trabalhos de Orientação Socio Educacional Contra a Violência a MUlher- NOS.
Parcerias de Trabalhos e partilhas de saberes, composição de ações extensionistas com a participação no Encontro de Mulheres desenvolvido durante o FESTIVALE.
Parceria de partilha de saberes e produção de material de divulgação de conhecimento no Jornal Vozes Femininas.
Cronograma de Atividades
Roda de conversas com as mulheres trabalhadoras terceirizadas da UFVJM
Verificação dos emails do projeto, alimentar de informações e noticias o instagran
As atividades de intervenção artística visão colocar em debate a questão da violência naturalizada, por isto ela deve acontecer com regularidade mensal de modo a provocarmos junto ao publico universitário o questionamento do cotidiano naturalizado.
Roda de conversa com mulheres acadêmicas e ou interessados, em espaço de leitura, discussão e troca a partir da literatura de Evaristo, este encontro pode ser ainda feito com as mulheres trabalhadoras terceirizadas nos encontros mensais, mas são portanto possíveis dois espaços nos quais utilizaremos o livro.
Encontros com o grupo de estudo Utopia dos Vagalumes, pretendem ser mensais mas dependera da organização com os estudantes da pos graduação e da graduação de modo a garantir a leitura de textos e os encontros publicos para debate dos textos lidos,
Tais propostas deverão ser divulgadas no primeiro mes de atividade do projeto e deverá ser organizada a agenda de trabalhos conforme demanda e disponibilidade da equipe do projeto
A bolsista responsável deverá organizar semanalmente a agenda do projeto, em dialogo com a coordenação do mesmo. A proposta aqui apresentada deve ser adequada conforme a aprovação do projeto junto ao edital pibex 2023
A agenda deve prever no mínimo uma apresentação do projeto em eventos, nacionais ou internacionais.
Acolhimento de mulheres acadêmicas junto ao espaço do Observatório do Semi Árido Mineiro no prédio 1 da campus JK. A presença semanal do acolhimento visa garantir que tenhamos um espaço de escuta, de acolhimento e de divulgação de informações a todas as estudantes