Visitante
Vozes Femininas
Sobre a Proposta
Tipo de Edital: Pibex
Situação: Aprovado
Dados do Coordenador
rebecca pedroso monteiro
20231012023478198
faculdade interdisciplinar em humanidades
Caracterização da Ação
linguística, letras e artes
direitos humanos e justiça
cultura
jornalismo
regional
Sim
Membros
fernanda valim côrtes miguel
Vice-coordenador(a)
aline weber sulzbacher
Voluntário(a)
rubia lorrany silva braga
Bolsista
cláudia luiz soares
Voluntário(a)
sendy teixeira de oliveira otoni
Voluntário(a)
lucas dos santos sousa
Voluntário(a)
vitória silva de jesus
Voluntário(a)
ludimila marthiely lopes
Voluntário(a)
victoria franthesca marcelly de almeida
Voluntário(a)
karla gabrielle alves silva
Voluntário(a)
lucimara soares rodrigues
Voluntário(a)
caroline stephane vieira dias
Voluntário(a)
O projeto pretende dar sequência à publicação do jornal Vozes Femininas, que já teve duas edições. O objetivo do jornal é divulgar obras e ideias relacionadas ao universo feminino e à equidade de gênero.
Jornal, gênero, feminismo, cultura, sociedade, mulheres
O projeto Vozes femininas propõe dar sequência à publicação do jornal Vozes Femininas, um jornal impresso e virtual autônomo, independente e sem fins lucrativos que tem como principal propósito contribuir para a formação crítica e sensível da comunidade universitária da UFVJM, da população de Diamantina e de regiões do Vale do Jequitinhonha a partir da produção e da circulação de materiais ligados à literatura e à arte, em diálogo com outras práticas de leitura e escrita, especialmente aquelas produzidas por mulheres, não se limitando necessariamente apenas aos contextos locais e regionais. O objetivo do jornal é o de incentivar a informação, a sensibilidade estética e a educação para a equidade de gênero, dando visibilidade principal às produções literárias e escritas de autoria de mulheres, além da divulgação de temas ligados ao universo da mulher, com a proposta de usar a informação para combater diversos tipos de violência e opressão que atingem mulheres brasileiras e em toda parte, entendendo que os homens também podem propor suas contribuições ao projeto quando tornam sua a luta pela liberação e pela projeção das mulheres. A iniciativa para a criação do jornal “Vozes femininas” surgiu a partir das edições realizadas pelo projeto de extensão Literatura e Feminismos, e das permanentes reflexões surgidas entre o grupo expressivo de participantes, que incluía também mediadoras que apresentavam e discutiam obras literárias de autoria de mulheres e de escritoras, teóricas e críticas sobre o tema em questão. Reunindo pessoas interessadas nas discussões e provocações dos encontros, nasceu também o desejo de mobilizar outras vozes de mulheres que já pesquisavam e dialogavam com os temas do projeto, ampliando a rede de contatos, de engajamentos e de troca de conhecimentos entre e sobre as mulheres: suas trajetórias históricas e sociais, suas lutas e conquistas, suas práticas e trabalhos, seus dilemas e sentimentos, seus afetos e seus versos. O nome da publicação é uma homenagem ao primeiro jornal feminista da cidade de Diamantina, o "Voz Feminina", produzido na passagem do século XIX para o XX por duas irmãs e uma prima, Nícia, Clécia e Zélia Corrêa Rabello. Toda a proposta passa pelo desejo de fortalecer conexões, criar leitoras e escritoras em potencial, fomentar nosso protagonismo, desfazer apagamentos e expandir nossas redes de informação, lutando contra as opressões, valorizando as mulheres e seus diversos movimentos políticos, artísticos, históricos, culturais e sociais. O jornal Vozes Femininas já produziu dois números, o primeiro em setembro de 2020 e o segundo em outubro de 2021.
O Vozes Femininas surgiu da vontade de um grupo de pesquisadoras de fazer intercâmbio entre instituições, comunidades e grupos interessados na condição da mulher no mundo contemporâneo. O jornal é o resultado de várias parcerias na UFVJM e agrega um grupo grande de colaboradoras internas e externas à instituição. Ele ainda não possui financiamento de nenhuma natureza até o momento. No entanto, possui uma rede importante de apoio, inclusive de outros grupos de pesquisa e projetos, o que consolida seu caráter extensionista. Com periodicidade anual, o jornal já produziu dois números, o primeiro em setembro de 2020 e o segundo em outubro de 2021, ambos em versão on-line e impressa. Desde seu primeiro número, o Vozes Femininas apresentou-se com o objetivo de ser um espaço para pensar sobre as interseccionalidades e os desafios diante dos avanços e retrocessos nos direitos das mulheres. A proposta agora é a de dar sequência às edições e aos trabalhos de formação, debate e reflexão. O projeto se justifica em sua ação extensionista ao motivar reflexões sobre o jornalismo independente e a história da imprensa feminina, sobretudo no Brasil, divulgando esses conhecimentos para a sociedade em forma de matérias, entrevistas, ensaios críticos, divulgação e cobertura de eventos, além de fotos, ilustrações e afins. A proposta incentiva a formação qualificada de uma equipe de redatoras, editoras, revisoras, diagramadoras, produtoras gráficas e visuais, fotógrafas, ilustradoras, que poderão se inserir nas práticas jornalísticas comunitárias e em suas técnicas de produção e, a partir daí, encontrar perspectivas de trabalho, incentivos à leitura e à escrita, promoção da cultura e divulgação popular e científica sobre temáticas relacionadas ao tema do projeto. Atualmente, a cidade de Diamantina conta apenas com a existência de um único jornal periódico impresso, intitulado Voz de Diamantina, que tem como proposta realizar uma cobertura dos acontecimentos gerais da cidade para o público local. Além dele, poderíamos citar também a existência do Jornal da UFVJM, que já não é mais produzido desde 2015. O jornal em questão era uma publicação impressa da Universidade Federal do Vales do Jequitinhonha e Mucuri, com tiragem de 3.000 exemplares e com um perfil institucional, focalizado na divulgação dos acontecimentos ligados à comunidade universitária. Como se percebe, a proposta do Vozes femininas não se sobrepõe a nenhuma das já existentes, encontrando um espaço lacunar importante para projetar outras vozes e outras pautas na imprensa local e regional da atualidade. Para contextualizar brevemente o surgimento da imprensa no Brasil e seu envolvimento com a produção de mulheres, é interessante resgatarmos alguns acontecimentos históricos marcantes. Com a vinda da família real para o Brasil em 1808, foi criada a primeira Imprensa Régia e com ela surgiram os primeiros periódicos que possibilitaram a circulação de notícias agora no território de um país colonial. Esses periódicos eram dirigidos e produzidos em sua totalidade por homens que tinham um considerável público leitor feminino, a exemplo, inclusive, de escritores que publicavam seus folhetins literários no final do século XIX, como Machado de Assis. Interessante pensamos sobre quem eram as mulheres leitoras alfabetizadas nesta passagem do século, em um país ainda escravocrata. Na maioria dos periódicos escritos por homens, as colunas e artigos destinados ao público feminino possuíam colunas específicas e tematizavam assuntos como receitas, dicas de moda, costura, cozinha, literatura, família, casamento, mostrando uma divisão específica de papeis de gênero que reforçavam posições misóginas de uma sociedade centrada no patriarcalismo. A presença das mulheres na imprensa do país se deu tardiamente. Apenas ao final do século XIX é que elas começaram a criar os seus próprios jornais. Como afirma Zahidé Muzart (2003), uma das razões para a criação dos periódicos de mulheres no século XIX partiu da necessidade de conquistarem seus direitos civis, políticos e sociais. Os periódicos, de fato, ajudaram na luta pela emancipação das mulheres, que escreviam seus textos e reivindicações em folhas de papel, agora divulgados amplamente para toda a sociedade. O jornal Das Senhoras (1852), fundado por Juana Paula Manso, e o jornal A Família (1888), fundado em São Paulo por Josefina Álvares de Azevedo, foram os primeiros periódicos criados por mulheres, pioneiros no âmbito nacional. Outro exemplo foi o periódico Belona Irada, de Maria Josefa Barreto. Em Minas Gerais destaca-se a iniciativa de D. Francisca Senhorinha da Motta Diniz, que publicou o periódico O Sexo Feminino na cidade de Campanha em 1874. A criação desses periódicos incluía discussões voltadas para temas como política, religião, escravidão e a sociedade, em geral. O nordeste brasileiro tem um grande papel de destaque para essa emancipação das mulheres, como afirma Mozart: “As nordestinas escreveram muitos artigos, poemas, contos sobre a questão da abolição da escravatura, visando sempre a uma maior participação nas áreas da educação, da profissionalização e da política”. Nesse sentido, a partir das pioneiras, muitos foram os jornais criados por mulheres, como A Camélia, A Violeta, O Lírio, A Crisálida, A Borboleta, O Beija-Flor, A Esmeralda, A Grinalda, O Leque, O Espelho, Primavera, Jornal das Moças, Eco das Damas, e assim por diante. Esses periódicos fundados por mulheres passam a existir já no século XIX, embora seja no século XX que tenham ganhado uma maior expressão, especialmente a partir da década de 1970. Suas existências influenciaram muitas outras mulheres a lutarem por seus direitos, como a luta pelo direito ao voto, por exemplo, conquistado apenas em 1932. A histórias da imprensa feminina no Brasil demonstra que as mulheres lutaram por assumir um lugar de enunciação próprio em espaços antes ocupados exclusivamente pelos homens, repensando os temas convenientes a seus próprios interesses e, muitas vezes, rompendo silêncios e padrões estereotipados em relação ao que se consideravam os papeis femininos em cada época. É preciso também reconhecer que, ao longo dessa história em construção, em alguns casos, as mulheres também reforçaram posturas conservadoras e posições sociais machistas, o que nos aponta para o perigo de um essencialismo redutor para lidar com as discussões de gênero e também para a necessidade do incentivo das discussões críticas sobre o feminismo entre as mulheres e toda a sociedade. As ondas feministas dos séculos XIX e XX fundamentaram, de certa forma, a criação dos periódicos, inclusive no Brasil, motivando as lutas das mulheres por direitos iguais e por pautas relacionadas ao reconhecimento de seu trabalho, participação na política e na sociedade, e luta contra a violência e o sexismo. O jornal Vozes Femininas, em seus dois números iniciais, reuniu-se a essa luta e a essas múltiplas vozes, mostrando o trabalho artístico, literário, intelectual, social, político, ativista e libertário de mulheres (e homens) de várias regiões de Minas Gerais e do Brasil. A relevância desse projeto e desse veículo foi destacada no VIII Sintegra (2021), onde o trabalho "Vozes Femininas: imprensa alternativa, feminismo e divulgação cultural" recebeu o prêmio de Melhor Trabalho na área de Linguística, Letras e Artes. Em seus dois números, o jornal publicou artigos sobre diversos temas, que iam desde a história das primeiras jornalistas de Diamantina e da filósofa brasileira Nísia Floresta a reflexões sobre o trabalho dos coletivos feministas da região, passando pelo trabalho das mulheres na pandemia da Covid-19, pelo movimento feminista e sua história, pela luta contra o racismo e a violência de gênero, pela resistência de trabalhadoras rurais e camponesas, pelos desafios da Ocupação Vitória, entre outros. Além disso, publicou uma entrevista com a parteira Maria Macarrão, além de resenhas, poemas, contos, fotos e ilustrações de artistas e escritoras de todo o Brasil.
O OBJETIVO GERAL deste projeto consiste na publicação da terceira edição do jornal Vozes Femininas, um jornal impresso e on-line autônomo e sem fins lucrativos, de periodicidade anual, destinado ao público da comunidade universitária e aos moradores de Diamantina e regiões do Vale do Jequitinhonha. Entre os OBJETIVOS ESPECÍFICOS, estão os seguintes: 1. Fomentar a prática jornalística independente e sem fins lucrativos na UFVJM e em Diamantina, colaborando com a formação qualificada de redatoras, editoras de texto, revisoras, produtoras visuais, fotógrafas e pesquisadoras dos temas relevantes ao jornal. 2. Estabelecer diálogos entre literatura, imprensa feminina e feminista e produção cultural em Minas Gerais e no Brasil, promovendo amplo acesso às vozes de escritoras, leitoras e pesquisadoras dos temas em questão, através da divulgação de eventos, trabalhos e pesquisas e da publicação de ensaios, colunas, resenhas e entrevistas. 3. Criar espaços de produção e circulação de informações relevantes ao público sobre literatura e escrita de autoria de mulheres e que aproximem as pesquisas acadêmicas da sociedade. 4. Estabelecer interdisciplinaridade entre ensino, pesquisa e extensão, fomentando o estudo histórico e literário sobre a formação de leitoras e a imprensa feminina no Brasil, promovendo reflexões críticas sobre memória, escrita e poder e promovendo a circulação social desses saberes. 5. Estabelecer a integração entre a equipe de colaboradoras do projeto, que envolve professoras, estudantes e colaboração externa à universidade. 6. Incentivar a leitura e a formação crítica do público leitor da cidade de Diamantina e região. 7. Ampliar a presença do jornal Vozes Femininas nas redes, criando perfis no Instagram e no Twitter.
Os impactos diretos e indiretos relacionados ao projeto são dificilmente mensuráveis em termos numéricos, uma vez que a principal proposta do jornal envolve a formação cultural, ética, estética e política de toda a comunidade de leitores evolvidos. Pensando sobre os impactos em termos qualitativos, podemos prever o incentivo à leitura e à cultura; a sensibilização histórica e literária; a circulação de informações e saberes importantes para o esclarecimento da população, especialmente em relação às mulheres; a produção qualificada de redatoras, revisoras e editoras na construção de um jornal; o fortalecimento dos cursos de licenciatura em Ciências Humanas da UFVJM; o envolvimento dos estudantes com os problemas da sociedade e com as dimensões éticas da produção de conhecimento. Nos dois números anteriores, publicamos uma média de 500 jornais por edição/número, o que garantiu um alcance mínimo a 1.000 pessoas, valor que pode duplicar, triplicar ou se replicar a um universo muito maior, se considerarmos que um único e mesmo jornal pode ser lido por várias pessoas diferentes, podendo ter um alcance de mais de 3 mil pessoas. Para essa terceira edição, pretendemos alcançar no mínimo 1.500 pessoas, a partir de 770 jornais impressos (750 em p&b e 20 coloridos). Além disso, se pensarmos no alcance das edições on-line, esse número pode certamente ser ainda maior. Os websites em que hospedamos as duas primeiras edições não contam com medidores de acesso, mas uma das metas deste projeto atual é criar um website mais amigável, com acesso a portadores de deficiência visual e auditiva, e que possa, além de hospedar as edições atuais e futuras, nos ajudar a medir o alcance numérico e geográfico das nossas publicações. Pretendemos ampliar também nossa presença nas redes, criando um perfil no Instagram exclusivo para o jornal. Atualmente, as notícias do Vozes Femininas compartilham o perfil do projeto Literatura e Feminismos, que está atualmente com mais de 700 seguidores.
Para colocar em prática o projeto aqui previsto, cujo objetivo principal é realizar a publicação do TERCEIRO NÚMERO do jornal Vozes Femininas, as metodologias empregadas incluem as seguintes etapas, não necessariamente sequenciais: 1. Reuniões periódicas com o grupo de colaboradores; 2. Discussão sobre os objetivos, metas, expectativas e criação de pauta para a terceira edição; 3. Discussão sobre o formato da publicação (tiragem, cor e formatos, número de páginas e seções de composição); 4. Realização de oficinas de redação e diagramação; 5. Discussão sobre as seções que devem compor o jornal; 6. Distribuição de tarefas para a composição das seções; 7. Elaboração dos textos e revisões da terceira edição; 8. Fechamento da terceira edição; 9. Publicação e estratégias de divulgação da terceira edição. As reuniões do jornal deverão ocorrer quinzenalmente. Nelas, o grupo discutirá todas as questões relativas ao jornal e realizará também as discussões de pauta, momento de definição sobre quais serão os temas da edição e as divisões dos trabalhos entre os membros da equipe para posterior divisão de tarefas, elaboração de convites, produção, correção e edição dos textos. Já a divisão das sessões que devem compor o jornal será definida em momento posterior à possível aprovação da proposta, junto a toda equipe editorial, que contará com um grupo interdisciplinar, formado por professoras e alunas de diferentes cursos, além de colaboradoras e colaboradores externos à universidade, de dentro e fora do país, com convites previstos para que enviem textos para publicação, garantindo uma pluralidade de vozes e olhares para as coberturas das edições. O projeto pretende realizar a produção, edição e publicação do terceiro número do jornal, que agora conta com um número ISSN (apenas disponível a partir da publicação da segunda edição). A importância do ISSN é a de validar as publicações autorais e assinadas como produções acadêmicas, ampliando as possibilidades de convites à correspondentes e, consequentemente, a circulação e a visibilidade do jornal. O jornal impresso tem, fechado, o tamanho de uma folha A4; aberto, o tamanho de uma folha A3. Tem uma mancha gráfica de aproximadamente 24,0X19,0 cm em cada página. Esse formato assume um aspecto cômodo, com manuseio fácil por parte dos leitores. Entre alguns de seus aspectos positivos está o fato da maior facilidade de produção da edição, em função dos textos mais curtos e da menor quantidade de argumentos visuais. Além disso, pode ser impresso em gráficas de pequeno ou de médio porte com valor acessível, considerando o volume de sua massa física, que é menor. Nas duas primeiras edições, fizemos uma pequena parte dos exemplares com impressão colorida e a maior parte dos exemplares em p&b, que são mais baratos. A ideia é manter essa proporção na terceira edição. O local que sediará todas as reuniões do projeto e a produção de todo o conteúdo das edições do jornal será o Laboratório de Literatura, Arte e Cultura da UFVJM, localizado no primeiro andar do Prédio do Centro de Estudos em Humanidades, no campus JK, em Diamantina, Minas Gerais. O espaço é coordenado pelo curso de Letras da UFVJM e conta com infraestrutura apropriada para a realização da proposta, incluindo mesa de reunião, projetores e computadores. Todas as atividades relacionadas ao jornal estarão articuladas com as pesquisas desenvolvidas pelos grupos de pesquisas dos professores da instituição, fomentando o envolvimento dos estudantes em projetos de iniciação científica, monografias e dissertações. Além disso, o jornal conta com o apoio do Museu Tipografia Pão de Santo Antônio; Observatório dos Vales e do Semiárido Mineiro da UFVJM (Grupo Interdisciplinar de Pesquisa, Ensino e Extensão); do Observatório dos Direitos das Mulheres dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; do Museu do Diamante/Ibram; do NEABI, Núcleo de Estudos Afro Brasileiros e Indígenas; e do NUPEDE, Núcleo de Pesquisa, Ensino, Extensão e Divulgação sobre Escravidão (CNPq/UFVJM).
ABREU, Márcia (Orgs.). Leitura, história e história da leitura. Campinas: Mercado das Letras, 1999. ARAÚJO, José Carlos e GATTI JR, Décio (orgs.). Novos temas em história da educação. Instituições escolares e educação na imprensa. Uberlândia: EDUFU; Campinas: Autores Associados, 2002. CARDOSO, Elizabeth. Imprensa brasileira pós-1974. Estudos Feministas. Florianópolis: CFH/CCE/UFSC. V. 12, n. especial, 2004. p. 37-55. DUARTE, Constância Lima. Imprensa feminina e feminista no Brasil: século XIX. Dicionário Ilustrado. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. FESTA, Regina. Comunicação popular e alternativa no Brasil. São Paulo: Paulinas, 1986. FOUCAULT, Michael. História de Sexualidade I: A vontade de saber. 14. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2001. 152 p. JAMESON, Frederic. A lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Ática, 1996. JINZENJI, Mônica Yumi. Cultura Impressa e Educação da Mulher no Século XIX. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010. KUCINSKI, Bernardo. Jornalistas e revolucionários: nos tempos da imprensa alternativa. 2 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2003. MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. Trad. Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. MEDINA, Cremilda de Araújo. Entrevista: o diálogo possível. São Paulo: Ática, 1986. MELO, Jacira. Publicar é uma ação política. Revista Estudos Feministas. Florianópolis: CFH/CCE/UFSC, vol. 11. n. 1, 2003. p. 298-301. MIGUEL, Sônia Malheiros. Publicando nas ONGs feministas: entre a academia e a militância. Revista Estudos Feministas. Florianópolis: CFH/CCE/UFSC, vol. 11. n. 1, 2003. p. 271-283. MUZART, Zahidé L. Editora Mulheres: o que contar? In: FUNK, S. B. et al (orgs.). Linguagens e narrativas. Tubarão: Ed. Copiart, 2014. MUZART, Zahidé Lupinacci. A questão do cânone. In: SCHMIDT, Rita Terezinha. (Trans)formando identidades. Porto Alegre: PPGLetras, 1997. p. 79-89. MUZART, Z. L. (org.) Escritoras Brasileiras do Século XIX. Antologia. V. 2. Florianópolis: Editora Mulheres; Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2004. NASCIMENTO, Cecília Vieira. O sexo feminino em Campanha pela emancipação da mulher (1873-74). Dissertação de mestrado. FAE. UFMG, 2004. PRIORE, Mary Del (org.). História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2004. ROMANCINI, Richard; LAGO, Cláudia. História do jornalismo no Brasil. Florianópolis: Insular, 2007. TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1999. VILLELA, Heloísa. Imprensa pedagógica e constituição da profissão docente. In: GONDRA, José (org.). Dos arquivos à escrita da história: a educação brasileira entre o Império e a República no século XIX. Bragança Paulista/SP: Editora da Universidade São Francisco, 2001.
A formação do estudante será mais intensa nas áreas de Letras e História, o que favorece a sua participação no projeto, na medida em que ele será colocado em contato com a prática permanente de pesquisa, leitura, escrita e revisão de texto, qualificando seu trabalho formativo e profissional. O estudante, em parceria com a equipe de colaboradores, será capacitado permanentemente através de reuniões quinzenais, nas quais procuraremos qualificar as discussões teóricas sobre a história da imprensa feminina, especialmente no Brasil, além de saberes específicos sobre a prática de elaboração de um jornal, através de oficinas permanentes sobre como realizar entrevistas, como trabalhar com programas de edição, como tratar fotos e selecionar imagens, quais são as técnicas jornalísticas apropriadas para cada gênero em questão, etc. A equipe será convidada a participar da produção de pauta do jornal, que inclui a seleção de temas a serem contemplados em cada edição, penando sobre seu alcance e relevância. O projeto contribui dialeticamente com a formação dos estudantes envolvidos, não unicamente do bolsista, na medida em que problematiza a relevância dos temas ligados ao universo da mulher, a história da imprensa feminina e feminista, das práticas jornalísticas e do envolvimento com a leitura, a escrita e suas dimensões ideológicas, éticas e políticas. Além disso, o projeto pretende promover um maior autoconhecimento por parte das participantes e da comunidade onde vivem, promovendo uma reflexão crítica sobre a sociedade, sobre Diamantina e locais que integram o Vale do Jequitinhonha. O estudante bolsista participará de todas as etapas de produção do jornal, realizando atividades supervisionadas, como as seguintes: participação em reuniões semanais; elaboração das pautas de cada edição; produzindo fotos e outras criações; realizando convites para produção dos textos; realizando entrevistas com escritoras; produzindo e revisando os textos do jornal; contribuindo com a construção de cada projeto gráfico de edição; auxiliando a coordenação do projeto em suas atividades administrativas; elaborando relatórios sobre o projeto e fazendo sua divulgação, através da participação em eventos científicos. O projeto é ambicioso, na medida em que demanda um trabalho qualificado, de formação de toda a equipe em relação aos conhecimentos teóricos e práticos sobre como se produz um jornal. Nesse sentido, a proposta também qualifica uma equipe a atuar socialmente e profissionalmente no campo da prática jornalística na cidade e na região do Vale do Jequitinhonha. O jornal pretende ampliar suas parcerias interinstitucionais, apoiando projetos afins e ampliando o alcance de todos eles para a população de Diamantina e dos Vales do Jequitinhonha, mobilizando toda a potencialidade do que acreditamos ser o papel da extensão universitária. Por fim, o projeto pretende promover a interdisciplinaridade, reunindo professores, alunos e colaboradores de cursos e universos distintos, fomentando o encontro de grupos de pesquisa, ensino e extensão.
A relevância da presente proposta é a de encontrar um acolhimento coletivo para suportar este longo processo de retrocessos democráticos. A ideia do jornal surgiu da vontade de realizarmos um intercâmbio entre instituições, comunidades e grupos interessados na condição da mulher no mundo contemporâneo, interessados em discutir pautas relacionadas à emancipação de todas as mulheres, à denúncia do patriarcado como sistema de dominação e ao fim de todas as formas de violência, exploração e hierarquias. O compromisso, portanto, está necessariamente articulado às lutas contra o racismo estrutural, o preconceito de gênero, o elitismo e o imperialismo. Acreditamos na possibilidade de reunirmos pessoas para lutas e ações concretas, processos educativos e formas de criarmos possibilidades de futuro, reafirmando nossa existência e gestando nossas próprias resistências, fortalecendo laços e sensibilizando imaginários. As duas primeiras edições do jornal podem ser acessadas através do seguinte link: https://lacgrupodeestudos.wixsite.com/vozesfemininas
Público-alvo
Estudantes, técnicos administrativos, professoras e professores interessados nas discussões e nas matérias veiculadas pelo jornal.
Moradores de Diamantina e de municípios do Vale do Jequitinhonha, incluindo a zona rural.
Pessoas de todo o Brasil e do exterior interessadas em temas feministas e/ou em produção literária, artística e jornalística de mulheres.
Municípios Atendidos
Diamantina
Belo Horizonte
Montes Claros
Teófilo Otoni
Unaí
Janaúba
Parcerias
A parceria se constituirá através do diálogo entre as colaboradoras, os temas e a participação nas ações do projeto, troca de experiências, fortalecimento de pesquisas e divulgação.
A importância da parceria com o NUPEDE se dá em função da aproximação das discussões sobre feminismo e interseccionalidades de raça, classe e gênero. A parceria se constituirá na troca de experiências, fortalecimento de pesquisas e divulgação.
A importância da parceria com o NEABI se dá em função da aproximação das discussões sobre feminismo e interseccionalidades de raça, classe e gênero. A parceria se constituirá na troca de experiências, fortalecimento de pesquisas e divulgação.
A parceria se constituirá na forma de oficinas, realizadas junto ao grupo de colaboradores do projeto, sobre a prática jornalística, editorial e tipográfica em Diamantina, MG. O Museu disponibiliza acervos documentais e impressos e sediará parte das reuniões do projeto.
A parceria incentiva a produção de conhecimentos científicos, culturais e populares sobre a região, auxiliando no processo de análise da sociedade, no desenvolvimento regional a partir da emancipação, da soberania e em defesa dos territórios de vida.
O apoio do Museu do Diamante/Ibram, de Diamantina, MG, se dará através do diálogo entre suas colaboradoras, possível participação nas ações do projetos, troca de experiências, fortalecimento de pesquisa e divulgação das edições.
Cronograma de Atividades
As reuniões do jornal deverão ocorrer mensalmente. Nelas, o grupo discutirá todas as questões relativas ao jornal e realizará também as discussões de pauta das edições, momento de definição sobre quais serão os temas da edição e as divisões dos trabalhos entre os membros da equipe para posterior divisão de tarefas, elaboração de convites, produção, correção e edição dos textos. Ao longo dos encontros, a proposta é acompanharmos coletivamente o trabalho de elaboração, revisão, edição e fechamento. Também discutiremos as formas de publicação e estratégias de divulgação. A equipe editorial será formada por um grupo interdisciplinar de professoras e alunas de diferentes cursos, além de colaboradoras e colaboradores externos à universidade, de dentro e fora do país, com convites previstos para que enviem textos para publicação, garantindo uma pluralidade de vozes e olhares para as coberturas das edições.
Serão oferecidas quatro oficinas de redação, diagramação e fotografia aos integrantes da equipe de colaboradores, com revezamento entre possíveis convidados a ministrarem cada encontro. O objetivo das oficinas será o de qualificar e capacitar a equipe no trabalho de composição, edição e diagramação do jornal, no uso de ferramentas e programas específicos, e de produção, edição e revisão de texto. Parte das oficinas possuem a previsão de acontecerem no Museu da Tipografia de Diamantina, com a possibilidade de estudarmos sobre a história da imprensa, e da imprensa feminina e feminista, no Brasil, em Minas Gerais e em Diamantina, através de consulta e acervo histórico. Esses encontros serão intercalados aos encontros periódicos do grupo, incorporando discussão sobre o formato da publicação; sobre as seções que devem compor cada edição; sobre a criação de arte da diagramação e técnicas jornalísticas importantes para a criação das matérias, entrevistas e eventuais reportagens ou textos de opinião. As oficinas ocorrerão mensalmente, de março a junho de 2023.
O bolsista será responsável por participar e elaborar todas as atas das reuniões e oficinas realizadas ao longo do desenvolvimento do projeto, assim como acompanhar todas as etapas de desenvolvimento das edições do jornal de maneira colaborativa. O bolsista ficará responsável pela escrita dos relatórios parcial e final do projeto, pela escrita de resumo, produção de painel e participação em eventos acadêmicos, como forma de dar visibilidade ao projeto e à instituição.
A bolsista deverá cumprir com uma carga total de trabalho de 12 horas semanais, que incluem reuniões periódicas semanais com a coordenação e/ou colaboradores do projeto; o levantamento de leituras significativas ao tema e de nomes de possíveis convidadas a serem entrevistadas ou que possam colaborar, através da escrita de ensaios e resenhas, para cada edição; o auxílio na construção de pauta para as edições; a escrita de pequenas notas, matérias e estruturação de entrevistas com a supervisão da coordenação; participação em oficinas de redação, edição de textos e de imagem e colaboração na edição do projeto editorial do jornal. Além disso, a bolsista terá uma série de atividades regulares, relacionadas à checagem de e-mail do jornal; à divulgação do projeto em redes sociais e institucionais; a distribuição da tiragem dos jornais na cidade. A bolsista também ficará responsável pela escrita de um relatório parcial, um relatório final e da apresentação dos resultados finais do projeto em eventos científicos da área. Reuniões mensais com a coordenação do projeto, para sugestão de leituras e temas para as edições. Criação de planilha de convidadas a colaborarem com as edições. Criação de endereço eletrônico, perfis em redes sociais e checagem diária de mensagens e afins. Participação na produção do jornal: redação de notícias, notas, entrevistas e afins, revisão de texto. Participação nas oficinas propostas no projeto. Divulgação do projeto em redes sociais e institucionais na UFVJM, como rádio e portal. Elaboração de relatório final do projeto. Elaboração de resumo e painel para divulgação dos resultados em evento científico.