O PROEDU-VALES é um programa cuja demanda emerge de uma articulação entre o diálogo com União dos Dirigentes Municipais - UNDIME, a Secretaria do Estado da Educação de Minas Gerais- SEE/MG, por meio das superintendências Regionais de Ensino, a Secretaria de Educação Básica - SEB/MEC e a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri- UFVJM.

Programa, PROEDU VALES, parceria, arranjos de educação

A Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM passa por uma premente descentralização do ensino superior preconizada pela legislação brasileira- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB/ Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 que intensificou a demanda pela criação de propostas que possam contribuir para a formação dos profissionais da educação. Para início de conversa faz-se de fundamental importância a compreensão de que no Brasil as questões referentes à legislação vigente vem sendo bem encaminhadas. A exemplo pode-se mencionar a Constituição Federal de 1988 introduz a possibilidade de cooperação entre os entes federados no art. 23 e de colaboração da sociedade entre os entes federados nos artigos, 211, 205. O que conduz à constatação de que a cooperação e a colaboração são expressões utilizadas legalmente no texto Constitucional e, apesar de serem palavras que a primeira vista se aparentam sinônimas, carregam para si um significado que as diferencia no contexto Constitucional. Segundo Ramalho (2016) no que se refere a [...] qualidade da educação duas questões merecem destaque, em especial, aquelas que interferem na organização da educação em âmbito municipal. A primeira é que o conceito de qualidade é dinâmico, ou seja, é reconstruído constantemente de acordo com as demandas que emergem no contexto social e a segunda é que tendo em vista a flexibilidade comum ao conceito de qualidade foi preciso a definição nacional de indicadores pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). O Inep é uma autarquia Federal vinculada ao MEC e às Secretarias de Educação no sentido de produção de estatísticas sobre o sistema de ensino brasileiro, por meio de levantamentos de aspectos da realidade educacional que servem como parâmetros para identificar problemas, o que está melhorando ou piorando. Para além da relevância apresentada aos aspectos educacionais, a referida Constituição deu também tratamento especial em seu art. 205 para a educação como um direito de todos e dever do Estado, que deverá ser desenvolvida em parceria com a sociedade: Art. 205. “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” Assim, para efeito de definição do público a que se deve atender o referido programa, segundo Art. 61 da LDB/96, considera-se como profissionais da educação: I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio; II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas; III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim. (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009) Assim, tendo em vista a missão da UFVJM e o indicativo legal preconizado pelo Art. 241. da Constituição de 1988 recomenda que: a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. Tal indicativo legal permite a realização de uma ação consorciada e/ou conveniada que possa culminar em um processo de formação propiciado pela implantação do presente Programa de Extensão Universitária que visa contribuir para a articulação entre os municípios em prol à formação dos profissionais da educação em atuação na rede pública municipal de ensino dos Vales do Jequitinhonha (Alto, Médio e Baixo), Mucuri, Rio Doce e Alto Rio Pardo.

O atual cenário socioeconômico brasileiro e a necessidade de se impulsionar o desenvolvimento científico e tecnológico da nação acenam para a necessidade de formação de uma grande quantidade de profissionais da educação capazes de se adaptar a novos ambientes nos quais o impacto social, econômico, político e educacional que permeiam as ações referentes a atuação profissional é cada vez mais imprescindível. Essa formação não deve ser pautada somente pela demanda do mercado de trabalho, mas também pela compreensão da atuação desse novo profissional frente aos profundos contrastes sociais e ao dinamismo das mudanças tecnológicas, que tornam a maioria dos conhecimentos obsoletos a curto-prazo. Nesse sentido, o presente programa toma como objeto a formação dos profissionais em atuação na educação básica e a compreensão do território em que se situa o campo de trabalho de tais profissionais. Sabe-se que muitos são os elementos que influenciam o processo educacional, mas partiu-se do pressuposto que a compreensão do supracitado objeto viabilizada pela pesquisa, aliada a reflexão mais pontual desencadeada por projetos de extensão que visam a intervenção das demandas identificadas ao longo da pesquisa, poderão desencadear reflexões sobre a constituição curricular dos cursos tanto da UFVJM, como das escolas espaço de atuação dos profissionais da educação básica. Diante a tal exposição, é notória a necessidade de inserção da universidade, nesse contexto, para apoiar intervenções com intuito de auxiliar na melhoria da qualidade da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) da região. Para o desenvolvimento de tal ação, será de fato preciso a atuação de profissionais com formação nas diferentes áreas do conhecimento, visto que a formação dos estudantes demandará a construção de conhecimentos que se constituem a base para concretização dos objetivos da Base Nacional Comum Curricular- BNCC, que rege a educação em território brasileiro e a realização de processos seletivos para ingresso no ensino superior, tais como: da Seleção Seriada - SASI e Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM. Ainda vale mencionar que dado o caráter multidisciplinar do Programa PROEDU VALES, também se pretende envolver em tal ação discentes matriculados no Programa de Pós-graduação em Educação - PPGED/UFVJM, graduandos e técnicos da UFVJM, sendo estes orientados pelos professores que compõem a equipe executora do mesmo, além de colaboradores da comunidade externa. Objeto de formação do programa 2024 - Enfoque no desenvolvimento de propostas de formação continuada que contribuam para a melhoria na qualidade da educação ofertada na infância (0 à 12 anos). Meta para a adesão dos municípios: 60 municípios 2025 - Enfoque na sistematização de propostas de formação continuada voltadas para a infância (educação infantil e anos iniciais). Concomitante a essa formação, o desenvolvimento de ações para melhoria na qualidade da educação que tenham como foco o ensino fundamental (pré-adolescentes). Meta para a adesão dos municípios: 120 municípios 2026 - Enfoque na sistematização de propostas de formação continuada voltadas para a infância (educação infantil e anos iniciais) paralelo ao desenvolvimento de ações para melhoria na qualidade da educação que tenham como foco políticas públicas para educação básica.(pré-adolescentes e políticas para a juventude). Meta para a adesão dos municípios: 180 municípios Critérios para a adesão: 1º - Adesão ao Compromisso Criança Alfabetizada na Idade Certa 2º - Assinatura do Termo de adesão ao Programa PROEDU Vales 3º - Disponibilidade para a realização de Convênio com a UFVJM

Objetivo Geral Contribuir para a articulação consorciada dos municípios em prol à formação dos profissionais da educação em atuação na rede pública de ensino dos Vales do Jequitinhonha (Alto, Médio e Baixo), Mucuri, Rio Doce e Alto Rio Pardo. Objetivos Específicos I- Realizar um mapeamento das demandas apresentadas no Plano Municipal de Educação -PME (2023/2026) que fazem parte do território de atuação da UFVJM e outros territórios que estabelecem relação com os processos de formação inicial e continuada para a educação básica. II- Contribuir para o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentáveis - ODS, em especial os itens 4 e 17 e o cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação- PNE, Lei 13005 de 25 de junho de 2014, fortalecendo as ações previstas nas metas do plano e também do “Compromisso Nacional Criança Alfabetizada”. III – Construir e desenvolver projetos de intervenção de curto e médio prazo tomando como objeto as demandas identificadas durante o mapeamento e/ou produtos midiáticos que viabilizem a divulgação dos aspectos sociais, culturais e econômicos. III- Estimular o desenvolvimento de ações que tenham como principal elemento a cooperação entre municípios/municípios; municípios/Estado; municípios/esfera Federal. IV- Oportunizar aos profissionais da educação básica, alunos dos cursos de graduação e Pós-graduação da UFVJM vivências relacionadas ao ensino, por meio da oportunidade de aplicar na prática conhecimentos advindos de discussões da estrutura curricular dos cursos os quais são oriundos. V- Organizar uma comissão responsável pelo monitoramento e avaliação do desenvolvimento e implantação das ações do Programa. VI- Oportunizar o exercício de realização de ações por meio do desenvolvimento de projetos, que se tornam sustentáveis, mediante recursos advindos das esferas Federal, Estadual e Municipal de forma consorciada/conveniada. VII- Consolidar por meio dos indicadores produzidos durante as conferências uma política de formação para os profissionais da educação que tenha como elementos centrais: ações que contribuam para o desenvolvimento de processos sociais, cognitivos e afetivos na infância, utilizando a escola como espaço primordial para tal ação. VII - Fortalecer por meio das ações do programa a produção acadêmica, de forma a estimular o desenvolvimento de: TCC, dissertações de mestrado e trabalho de Pós-doutorado. VIII - Promover a formação continuada dos articuladores regionais e os articuladores municipais de forma presencial.

Metas I. Estabelecer um diálogo constante entre representantes do poder público Federal, Estadual e Municipal, em prol à realização de uma ação consorciada/conveniada realizando conferências para discussão da temática cooperação e colaboração entre os entes federados. Ações 1. Cadastramento no SIEXC das conferências municipais de Educação, que serão realizadas em cidades Polos de Formação: Diamantina, Capelinha, Teófilo Otoni, Taiobeiras, Pedra Azul, Araçuaí, Guanhães e Januária. 2. Organização da logística para a realização das Conferências. 3. Realização das conferências nas cidades Polo de formação no período de setembro à outubro/2023.

O Programa: PROEDU VALES é constituído por diferentes ações que fazem uma interface com as políticas institucionais de ensino, pesquisa e extensão, portanto, tal característica “guarda-chuva” cria a demanda para uma mobilização dos estudantes e professores da graduação e Pós-graduação da UFVJM para participarem dos projetos que compõem as ações do referido programa, bem como realizar uma articulação junto aos gestores e profissionais da educação básica nos municípios, por meio da articulação com duas instâncias, a saber: municipal e estadual. Essa estrutura produz uma demanda aos sujeitos envolvidos, no sentido de que a socialização dos resultados das ações que compõem o programa garanta um fluxo contínuo entre pesquisa, ensino e extensão e ainda amplie a produção dos professores e alunos da UFVJM e dos profissionais da educação básica. De tal forma, se propõe o esquema a seguir objetivando-se a compreensão sobre o método utilizado para viabilizar o desenvolvimento das etapas que compõem o presente programa, entendendo que as mesmas ocorrerão de forma paralela, pois uma encontra-se entrelaçada aos produtos que se pretende alcançar. 1ª etapa: Organização do Programa com bases pactuadas. Neste momento, segundo pressupostos metodológicos antecede a formalização do programa junto a UFVJM, tendo em vista que se toma neste momento como pressuposto a necessidade de organização de diagnóstico das reais demandas que deveriam de forma científica compor o programa. Portanto, o registro dar-se-á por meio do cadastro de conferências realizadas nos Polos de formação, que se constituem municípios localizados em territórios estratégicos do ponto de vista para o deslocamento regional das representações das cidades circunvizinhas. Organização territorial dos Arranjos de Desenvolvimento A presente proposta que vislumbra o fortalecimento e implementação do regime de colaboração, dar-se-á mediante Arranjos de Desenvolvimento da Educação, que utiliza um conceito para os referidos arranjos, com um significado de, [...] um modelo de trabalho em rede no qual um grupo de municípios com proximidade geográfica e características sociais e econômicas semelhantes busca trocar experiências e solucionar conjuntamente dificuldades na área da Educação. Por essa razão, pode-se afirmar que [...] a formação de redes cooperativas vem ganhando cada vez mais espaço na gestão das políticas públicas. Um sistema trabalhando em rede favorece a inovação, como consequência da experimentação, e a interação cooperativa entre os diferentes tipos de organização. Pode-se mencionar ainda que o Parecer CNE/CEB n. 9 de 30 de agosto de 2011, recomenda o trabalho em rede entre municípios geograficamente próximos e que possuam "características sociais e econômicas semelhantes", mas para o desenvolvimento de um trabalho integrado, propõe a ação intermunicipal, necessariamente com a participação do Estado e da União, incluindo ou não instituições privadas e não governamentais, "sem que haja para isso transferência de recursos públicos para tais instituições e organismos privados”. (OLIVEIRA; GANZELI, 2013). Diante a este cenário é que se propõe a organização de Arranjos de Desenvolvimento que levem em conta a construção de um olhar para o território que possam considerar valores de múltiplas naturezas: culturais, antropológicos, econômicos, sociais, financeiros (SOUZA, 2005). Polo de Formação I - Taiobeiras - Alto Rio Pardo Berizal, Curral de Dentro, Fruta de Leite, Indaiabira, Montezuma, Novorizonte, Rio Pardo de Minas, Rubelita, Salinas, Santa Cruz de Salinas, Santo Antônio do Retiro, São João do Paraíso, Taiobeiras e Vargem Grande do Rio Pardo. ARRANJO 1. MUNICÍPIOS DO ALTO JEQUITINHONHA Polo de Formação III- Capelinha - Alto Jequitnhonha Polo de Formação IV- Diamantina - Alto Jequitinhonha ARRANJO 2. MUNICÍPIOS DO MÉDIO JEQUITINHONHA Polo de Formação II - Araçuaí - Médio Jequitinhonha 25.Araçuaí 26. Berilo 27. Caraí 28. Chapada do Norte 29. Comercinho 30. Coronel Murta 31. Francisco Badaró 32. Itaobim 33. Itinga 34. Jenipapo de Minas 35. José Gonçalves de Minas 36. Medina 37. Padre Paraíso 38. Ponto dos Volantes 39. Virgem da Lapa ARRANJO 3. MUNICÍPIOS DO BAIXO JEQUITINHONHA Polo de Formação I -Almenara - Baixo Jequitinhonha 40. Pedra Azul 41. Bandeira 42. Cachoeira do Pajeú 43. Divisópolis 44. Felisburgo 45. Jacinto 46. Jequitinhonha 47. Joaíma 48. Jordânia 49. Mata verde 50. Palmópolis 51. Pedra Azul 52. Rio do Prado 53. Rubim 54. Salto da Divisa 55. Santa Maria do Salto 56. Santo Antonio do Jacinto ARRANJO 4. MUNICÍPIOS DO MUCURI Polo de Formação V- Teófilo Otoni - Mucuri Ainda nesta etapa está prevista a realização de exposição dialogada sobre a proposta em conferências nas quais estejam presentes gestores municipais das diferentes regiões envolvidas. ARRANJO 5 - Vale do Rio DOce MUNICÍPIOS DA MESORREGIÃO DE MANTENA, GUANHÃES E IPATINGA NO VALE DO RIO DOCE Mesorregião de Guanhães : Braúnas, Carmésia, Coluna, Divinolândia de MInas, Dores de Guanhães, Gonzaga, Guanhães, Materlândia, Paulistas, Sabinópolis, Santa Efigênia de MInas, São João Evangelista, Sardoá, Senhora do Porto, Virginópolis. Mesorregião de Ipatinga: Açucena, Belo Oriente, Coronel Fabriciano, Ipatinga, Jaguaraçu, Joanésia, Marliéria, Mesquita, Naque, Periquito, Santana do Paraíso, Timóteo. Mesorregião de Mantena: Mantena. 2ª etapa: Criação de uma identidade para os projetos que irão compor o Programa Tendo em vista, o rigor metodológico que se pretende trabalhar para efeito do desenvolvimento do programa, que ora se propõe desenvolver, as temáticas que sejam relevantes para a UNDIME e a SEE/MG serão selecionadas/validadas durante as conferências, partindo de dois projetos estruturantes, elaborados com bases pactuadas. 1º- O Projeto Interinstitucional de formação de Gestores Pedagógicos que se encontra cadastrado/encerrado na Pró-Reitoria de Extensão da UFVJM. 2º- A prática pedagógica nos municípios mineiros do Alto Jequitinhonha: interdisciplinaridade, reconceptualização e reflexão sobre a ação. Nesta etapa, está prevista a construção de projetos que possam assegurar o registro da metodologia estruturante para a construção dos projetos subsequentes que irão compor o programa cuja composição se dará com bases pactuadas. 3ª Etapa: Oferta de disciplinas eletivas em cursos de pós-graduação com ênfase para parceria entre entes federados Articular as temáticas discutidas nos projetos de pesquisa e extensão vinculados ao programa, em especial tratar da parceria entre entes federados: estadual, federal e municipal. 4ª Etapa: Monitoramento e avaliação do programa Será organizada uma equipe gestora para o programa, em comum acordo com a os municípios partícipes e com a equipe responsável pelo programa na UFVJM. Esta equipe junto a coordenação do PROEDU Vales organizará fóruns para socialização do processo e/ou resultados. Participação de Estudantes Os estudantes vinculados ao programa de pós-graduação em Educação PPGED/UFVJM, bem como os egressos, têm as suas dissertações vinculadas ao presente programa, por adesão, mas em especial os orientandos dos professores vinculados a proposta, tendo em vista que as mesmas viabilizam análises que favorecem a construção de propostas de intervenção, que passarão a se configurar como extensão. Os mesmos contribuirão no processo tanto nas atividades relacionadas a pesquisa, bem como extensão e ensino.

5. Referências Bibliográficas 2. BRASIL. Casa Civil. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: Casa Civil, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: jan. 2015. 3. _____. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Brasília, DF: Casa Civil, 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm>. Acesso em: jan. 2015. 6. TIBALLI, Elianda F.A. Considerações pedagógicas sobre formação do professor reflexivo. Revista educativa. v. 4, n. 2, jul/dez, 2001. p. 219-240.

Paulo Freire em seu livro “Extensão e Comunicação” traz uma reflexão conceitual para a extensão, onde defende a extensão dialógica como comunicação, como uma situação educativa em que educadores e educandos assumem o papel de sujeitos ativos e cognoscentes. Essa interação dialógica orienta o desenvolvimento de relações entre a Universidade e os setores sociais marcadas pelo diálogo e pela troca de saberes, superando-se o discurso da hegemonia acadêmica e substituindo-o pela ideia de aliança com movimentos, setores e organizações sociais, valorizando os saberes e fazeres da docência. Diante ao exposto, pode-se afirmar que as ações que serão desenvolvidas pelo Programa PROEDU VALES, primam pela abertura de espaço para diálogos entre profissionais da educação em atuação nas escolas públicas de educação básica (Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental), a UFVJM, Secretarias de Educação e Superintendências Regionais de Ensino, por meio das bases pactuadas entre entes federados: Municípios, Estado e União. Nesse processo dialógico, a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão é fundamental no fazer acadêmico, para que a universidade possa cumprir seu papel social de instituição formadora. Dessa forma, a atuação da comunidade acadêmica se concretiza por meio de ações que favorecem a formação continuada desses profissionais da educação numa concepção político-metodológica que privilegia as demandas dos professores, pedagogos, diretores e estudantes das escolas de educação básica, numa perspectiva do movimento ação-reflexão-ação. Nesse contexto, demandas e indicadores foram apontados por meio das Conferências Municipais de Educação, a fim de identificar as necessidades da maioria dos profissionais de educação, inseridos nos territórios dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri, Rio Doce, Alto do Rio Pardo, Norte e Noroeste de Minas Gerais. O PROEDU VALES é um programa cuja demanda emerge de uma articulação entre o diálogo com União dos Dirigentes Municipais - UNDIME, Secretarias Municipais de Educação - SME, a Secretaria do Estado da Educação de Minas Gerais- SEE/MG, por meio das superintendências Regionais de Ensino, a Secretaria de Educação Básica - SEB/MEC e a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri- UFVJM.

Os três pilares da Universidade compreende ensino, pesquisa e extensão. O suposto dessa diretriz é que a combinação de especialização e visão holística pode ser materializada pela interação de modelos, conceitos e metodologias oriundos de várias disciplinas e áreas do conhecimento, assim como pela construção de alianças intersetoriais, interorganizacionais e interprofissionais. Trabalhar com as bases pactuadas entre os entes federados Segundo Costa (2015, p.100-101) a interdisciplinaridade e interprofissionalidade para as ações extensionistas busca superar a dicotomia visão generalista e visão especializada, combinando especialização e consideração da complexidade inerente às comunidades, setores e grupos sociais, com os quais se desenvolvem as ações de Extensão, ou aos próprios objetivos e objetos dessas ações. Pretende-se, conforme afirma Paulo Freire, que esse trabalho possibilite ações de extensão que tenham a interação como concepção, princípio de organização, metodologia e avaliação de resultados. O PROEDU VALES em sua concepção traz essa configuração interdisciplinar e interprofissional pois a formação dos profissionais de educação serão orientados por uma equipe multidisciplinar que possam atender as demandas e indicadores apontados nas Conferências Municipais de Educação, sendo um trabalho em equipe, favorecendo o compartilhamento de conhecimentos e reflexões sobre o papel profissional, e busca a solução de um problema pelo caminho do diálogo entre os diferentes núcleos profissionais e do respeito à essas diferenças e singularidades de cada Polo de atuação, favorecendo o conhecimento diversificado e a interdisciplinaridade. Trabalhar com as demandas e necessidades dos diferentes profissionais de educação, será o eixo estruturador do programa PROEDU-VALES.

A extensão é compreendida como um processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável, viabilizando a relação transformadora entre universidade e sociedade.O PROEDU Vales como um programa de extensão tem como objetivo articular a formação dos profissionais de educação dos Vales de Jequitinhonha e Mucuri, Norte e Noroeste de Minas, Alto do Rio Pardo e Vale do Rio Doce por meio da relação direta da Universidade dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri(UFVJM) e os Municípios participantes desse processo, por meio da extensão. Podemos dizer que ensino e extensão, pesquisa e extensão, caminham juntos. Considerando que o PROEDU Vales tem como objeto de formação os profissionais da educação básica, é preciso compreender os territórios em que se situa o campo de trabalho de tais profissionais. Compreender a necessidade de atender as demandas de formação dos professores da educação básica viabilizada pelo ensino, pesquisa e extensão, extrapola os muros acadêmicos, pois a extensão é ensino e pesquisa, porém, deve ser mais do que um laboratório, objeto de estudo ou campo de pesquisas, mas também uma instituição com pessoas, demandas, reivindicações, anseios e saberes que se encontram dentro e fora de seu âmbito. Então, pensar em extensão requer repensar o próprio modelo de ensino superior no que concerne a questões pedagógicas, curriculares, produção e acesso ao conhecimento e a seus produtos. Dessa forma, as atividades desenvolvidas pela extensão universitária como o elemento de ligação entre as instituições de ensino superior e os demais setores da sociedade, favorece a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

Pensando no atendimento dessas demandas o PROEDU VALES pretende desenvolver diversas ações que permitam aos graduandos e pós-graduandos o desenvolvimento de atividades que envolvem a extensão e o ensino, a extensão e a pesquisa. Como diz Boaventura Santos, “o caminho para a universidade está na extensão”. O trabalho em conjunto entre os estudantes da UFVJM e as contribuições para a formação dos profissionais de educação, além de impactar a sociedade, esses discentes são impactados de diversas formas, em sua formação, na vida pessoal e profissional e na relação com os territórios dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri, Rio Doce, Alto do Rio Pardo, Norte e Noroeste de Minas. Nesse sentido, a curricularização da extensão é uma prática que tem como objetivo integrar as atividades de extensão à formação acadêmica dos alunos, contribuindo para uma formação mais completa e qualificada. Com isso, a UFVJM, podem ampliar seu impacto social e contribuir para o desenvolvimento das regiões onde estão inseridas.Todos os cursos devem necessariamente reservar o mínimo de 10% da carga horária total do currículo para atividades de extensão.Dessa forma por meio dos Projetos de extensão desenvolvidos no ProeduVales, serão oferecidas atividades extensionistas transversais, para uma formação mais humanista e diversificada do alunado.

A Pesquisa se alimenta da Extensão, uma vez que por intermédio desta a comunidade universitária percebe as carências e demandas sociais; a Extensão se alimenta da Pesquisa, uma vez que por meio desta a comunidade universitária também traz um retorno para a sociedade através de respostas para as problemáticas identificadas. E assim essas duas atividades se inter-relacionam e se confluem.” (TAVARES, 2011, p 57). Ainda segundo a autora, o ensino deve permitir a interação entre teoria e prática, associado ao contexto sócio-cultural-histórico, permitindo a interdisciplinaridade, através da comunicação entre as diversas disciplinas que compõem a matriz curricular do Curso e as áreas de conhecimento afins, possibilitando, ao discente, analisar o objeto de estudo a partir de contextos diferentes. Podemos inferir o impacto desse Programa nos municípios parceiros, pois desenvolver a formação continuada desses profissionais em educação vai impactar na melhoria da qualidade da educação ofertada na infância (0 à 12 anos) em parceria com a UFVJM, SEE,SRE, SME, UNDIME, SED e Municípios por meio de bases pactuadas entre os entes federativos, sendo papel da Universidade o desenvolvimento local e regional em consonância com as necessidades das comunidades. O FORPROEX, reafirma a atuação transformadora da Extensão Universitária e indica que ela deve ser desenvolvida com vistas a ser: “voltada para os interesses e necessidades da maioria da população e propiciadora do desenvolvimento social e regional, assim como para o aprimoramento das políticas públicas” (FÓRUM, 2012, p. 35).

A divulgação acontecerá através das redes sociais e site do Programa. A comunição será feita também através do e-mail, mencionados abaixo.