Ações de saúde individuais e coletivas do Programa Universidade nas Comunidades, abrangendo a promoção, proteção e recuperação da saúde. Durante a visita do Programa às comunidades com as unidades móveis, serão realizados atendimentos clínicos e odontológicos, oficinas e palestras com temas da área de saúde, educação e ciências, além de apresentações artísticas e culturais.

Saúde, educação, odontologia

A atenção básica (AB) caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde no âmbito individual e coletivo que abrangem a promoção, proteção e a recuperação da saúde. Objetiva desempenhar uma atenção integral que impacte na condição de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades (BRASIL, 2012). O programa de Atenção Básica à saúde do Ministério da Saúde (SUS) tem como metas a promoção da saúde, a prevenção de doenças e o tratamento e reabilitação (BRASIL, 2012). Para tanto, necessitam da participação do indivíduo e da sociedade, pressupondo a integração dos profissionais que compõem as Equipes de Saúde da Família (ESF) (ALMEIDA et al., 2009). Segundo o Ministério da Saúde, as ações de cuidado precoce devem ser priorizadas e realizadas no contexto do trabalho multidisciplinar (BRASIL, 2004). A Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) e o Ministério da Saúde (MS) estabeleceram como estratégia principal de ação a implantação de redes de atenção à saúde publicando linhas guias normatizando os procedimentos operativos para abarcar toda a população brasileira, incentivando os cuidados primários em saúde, o que impactaria positivamente tanto na saúde da população quanto na organização do sistema de saúde (MINAS GERAIS, 2006). Porém, muitos municípios ainda não possuem estrutura física e nem montante adequado de profissionais para cumprir os pressupostos do Ministério da Saúde, somando a isso, a necessidade de desenvolver atividades extramuros, procurando articulação e integração com os serviços de saúde favorecendo a emersão de propostas de integração docente-assistencial (CÓRDON & BEZERRA, 1994). As atividades de extensão universitária foram criadas com a finalidade de reorientar os projetos pedagógicos na formação do profissional em saúde e formar profissionais com conduta adequada para trabalhar frente às necessidades da população e do sistema de saúde vigente no país, o SUS, além ressaltar a importância do princípio constitucional da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, sendo um processo interdisciplinar educativo, cultural, científico e político (MALTA et al., 2016). Neste contexto, a integração dialógica deve ser incentivada neste contexto, integrando comunidade/universidade/serviço, cujas práticas devem envolver o conhecimento científico (Universidade) e o conhecimento comum (Comunidades locais não acadêmicas) partindo do pressuposto que, através do diálogo, da integração e difusão de conhecimentos, possibilita operar de forma efetiva na construção de conhecimento integrado, coletivo e contextualizado. Essa interação entre universidade e a sociedade valorizando e desenvolvendo a interação dialógica, a interdisciplinaridade e ação multiprofissional impactarão positivamente na formação do estudante que atuará na prestação dos serviços de saúde, atuando no desenvolvimento social e regional, assim como na possibilidade do aprimoramento das políticas públicas. Impacta também, positivamente, na saúde do paciente, pois este recebe uma atenção integral a sua saúde, a partir do trabalho em equipes multidisciplinares (CECÍLIO; REIS, 2018).

O evento “Ações do Programa Universidade nas Comunidades” tem com objetivo fazer cumprir a missão do Programa Universidade nas Comunidades através de um conjunto de projetos, eventos, cursos e prestação de serviços com o objetivo de interagir com as comunidades em geral no âmbito do território administrativo e pedagógico da UFVJM de maneira a atender demandas apontadas pela própria comunidade. Somando a isso, visa desenvolver e cumprir as metas de atividades extramuros exigidas pelo Plano Nacional de Educação, articulando e integrando profissionais, acadêmicos, serviço público de atendimento e sociedade, fortalecendo a formação acadêmica e capacitando profissionais para atuação no Sistema Único de Saúde de forma inter-multi-transdisciplinar. Essa interação entre universidade, equipe multiprofissional e a sociedade valoriza o desenvolver da interação dialógica, a interdisciplinaridade incorrendo positivamente na formação de um egresso da graduação com melhor visão das reais necessidades relacionadas à prestação dos serviços de saúde.

OBJETIVOS GERAIS: Realização de ações de educação e saúde, individuais e coletivas, do Programa Universidade nas Comunidades; OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 1) Realização de consultas odontológicas e clínicas de acordo com o ciclo da vida. 2) Inserção dos acadêmicos em ações extensionistas favorecendo a interação da universidade com a comunidade nas práticas educativas, preventivas e curativas; 3) Propiciar a integração universidade/SUS de forma multiprofissional; 4) Divulgar a UFVJM como precursora na formação de profissionais qualificados para atuar de acordo com as necessidades da comunidade. 5) Realizar ações educativas, preventivas e curativas de forma individual e coletiva na população de acordo com o ciclo da vida; 6) Proporcionar experiências e habilidades nos cuidados integrais de saúde fora do contexto da estrutura física pré definida; 7) Integrar o acadêmico no contexto das várias áreas da saúde necessárias ao cuidado integral do paciente.

Realização de no mínimo consultas odontológicas, ações de educação e promoção de saúde de acordo com o ciclo de vida, consultas para rastreamentos de lesões bucais, consultas clínicas na área de saúde da mulher, realização de oficinas pedagógicas/palestras na área de educação, saúde e ciências, atendimentos com práticas integrativas e complementares e realização de exames em diferentes especialidades médicas.

FORMAÇÃO DA EQUIPE DE TRABALHO E CAPACITAÇÃO A equipe de trabalho será composta pelo coordenador do programa e colaboradores (professores dos vários cursos da UFVJM, alunos de graduação e pós-graduação). Posteriormente à definição da equipe a mesma será capacitada para todas as ações necessárias para a execução dos procedimentos nas Unidades Móveis de Saúde, desde as relativas aos procedimentos específicos a serem realizados quanto às normas de biossegurança. O treinamento engloba ainda, a abordagem dos temas relacionados aos cuidados à saúde da população de forma integral, além da contextualização das ações da odontologia e participação das equipes multiprofissionais para o cuidado da saúde da população de acordo com o ciclo da vida. Esta capacitação ocorrerá antes das ações nas comunidades assistidas. A capacitação será feita por meio de aulas demonstrativas ministradas pelo coordenador e colaboradores do projeto e através da organização de grupos de estudo para os temas que serão abordados durante o programa como mesas redondas e metodologias ativas. Estes encontros para capacitação também incentivarão o estudo de temas variados, novas demandas surgidas e a confecção de materiais educativos que poderão ser adotados em outras etapas do programa. LEVANTAMENTO DE DEMANDAS: Para o planejamento das ações e seu desenvolvimento, consultas serão realizadas aos municípios a serem visitados pelas Unidades Móveis de Saúde da UFVJM, verificando-se as demandas e necessidades da comunidade assistida. Em seguida, será avaliado quais projetos registrados no PROEXC que poderão atender as demandas levantadas. Após acordo firmado entre os municípios e a UFVJM, discutidas as contrapartidas dos municípios e as atuações das Unidades Móveis de Saúde, serão programadas a ida, período de permanência da Unidade Móvel na localidade, planejamento dos atendimentos individuais e coletivos de acordo com a demanda apresentada pela comunidade. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES: De acordo com as demandas levantadas, as ações serão planejadas através de reuniões semanais com os coordenadores, colaboradores e representantes da comunidade assistida. Será realizada uma visita técnica ao local onde permanecerão as unidades móveis, seguida da solicitação junto às autoridades municipais para adequações e adaptações quando necessários. Também será realizado a confecção de material de divulgação através das mídias sociais da PROEXC; CONFECÇÃO DEMATERIAIS EDUCATIVOS: Cada equipe se reunirá semanalmente para confecção de materiais educativos tais como cartazes, cartilhas, vídeos, postcast, etc que serão adotados durante a realização das ações. AÇÕES: As ações serão desenvolvidas através de prevenção e promoção de saúde, atendimentos clínicos e odontológicos indicados na atenção básica de acordo com a demanda apresentada pelo próprio Município. Os atendimentos clínicos serão realizados por acadêmicos extensionistas (estudantes de graduação e pós-graduação) sob supervisão de um profissional habilitado, dentro das Unidades Móveis da UFVJM. AVALIAÇÃO: Após o período de atendimento, serão realizadas avaliações das atividades através de feedback da comunidade, das autoridades municipais, bem como dos participantes da ação, para melhoramento nas próximas atividades.

BARBOSA, Maria Gisenilda. A expansão e interiorização das universidades federais: uma análise dos processos de criação, implantação e funcionamento da UFVJM - Campus Janaúba, ocorridos no período 2012-2017. 2018. 238 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-graduação em Administração Pública, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Teófilo Otoni, 2018. BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Odontologia. CNE/CES 3/2002. Diário oficial (da) República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 4 mar 2002. Seção 1, p.10. BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Atenção Primária e Promoção da Saúde. Brasília: CONASS, 2007. 232 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Departamento de Descentralização da Gestão da Assistência. Regionalização da Assistência à Saúde: aprofundando a descentralização com equidade no acesso: Norma Operacional da Assistência à Saúde: NOAS-SUS 01/02 e Portaria MS/GM nº 373, de 27 de fevereiro de 2002 e regulamentação complementar. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. 108 p. CECÍLIO L C O; REIS A A C. Apontamentos sobre os desafios (ainda) atuais da atenção básica à saúde. Cad. Saúde Pública 34 (8) 20 Ago 2018 BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Atenção Primária e Promoção da Saúde. Brasília: CONASS, 2007. 232 p. EMATER. Empresa de assistência técnica e extensão rural do Estado de Minas Gerais. TURCHI GP; ROMANELLI M. A mediação dialógica como instrumento para promover a saúde e coesão sociais: resultados e direções. Comunicação e Sociedade, vol. especial, 2019, pp. 119 – 129. Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Programa institucional Universidade nas Comunidades. Disponível em: Http://www.ufvjm.edu.br/proexc/programas/2890- programainstitucionaluniversidadenascomunidades.htm

A interação dialógica ocorrerá antes da realização das ações, através do levantamento de demandas com as autoridades dos municípios atendidos e líderes comunitários, através de visitas à comunidade, e no momento das ações através dos atendimentos. Essa interação impacta positivamente na formação do estudante que atuará na prestação de serviço para a sociedade, conhecendo a realidade local, atuando no desenvolvimento social e regional, e consequentemente melhorando a qualidade de vida da população assistida.

Os discentes interagirão com as equipes multiprofissionais que atuam na área de saúde, educação e cultura das comunidades e municípios atendidos. Além disso, a ação contará com participação de discentes de diferentes cursos de graduação e pós-graduação da UFVJM.

Os estudantes terão oportunidade de colocar em prática o conhecimento produzido através das pesquisas científicas e conhecimento técnico adquirido durante o curso de graduação e pós-graduação. Além disso, as ações envolvem diferentes áreas do conhecimento.

As ações têm impacto direto e a curto prazo nas comunidades atendidas através da resolução de problemas e questões apontadas no momento de levantamento de demandas, além de impactos indiretos e de médio a longo prazo através de mudanças de hábitos de vida através das ações educativas de prevenção e promoção de saúde. Esses impactos poderão ser mensurados futuramente através de melhora de indicadores de saúde.

As ações têm impacto direto e a curto prazo nas comunidades atendidas através da resolução de problemas e questões apontadas no momento de levantamento de demandas, além de impactos indiretos e de médio a longo prazo através de mudanças de hábitos de vida através das ações educativas de prevenção e promoção de saúde. Esses impactos poderão ser mensurados futuramente através de melhora de indicadores de saúde.

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