Esta ação prevê ofertar um curso sobre alimentação para criança com autismo. O curso será oferecido para os nutricionistas que atuam no Programa de alimentação escolar nos municípios atendidos pelo Programa de extensão com interface na pesquisa Ambiente escolar: espaço para promoção da saúde e da alimentação saudável e equilibrada: Diamantina, Felício dos Santos, Gouveia, Datas, São Gonçalo do Rio Preto, Monjolos, Presidente Kubitschek e Senador Modestino.

Autismo. Alimentação Escolar. Seletividade alimentar

Transtorno do Espectro Autismo (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades1. No âmbito alimentar, portadores desse transtorno são os que mais apresentam comportamentos alimentares atípicos, que incluem seletividade alimentar, postura perturbadora durante as refeições, repertório alimentar limitado, ingestão restrita ou exagerada dificuldade em permanecer à mesa durante as refeições, entre outros2,3. Embora distúrbios alimentares sejam comuns na população pediátrica, eles atingem cerca de 51% a 89% das crianças com TEA4,5. Estudo mostra que cerca de 67% das crianças dentro do espectro autista apresentam transtorno ou seletividade alimentar6. Quando em contato com gostos, cheiros e texturas diferentes do habitual, o autista apresenta uma resposta comportamental negativa e possui um repertório alimentar restrito, atentando, em especial, às cores dos alimentos. Outros motivos também podem levar à Seletividade, como o atraso de habilidades motoras orais, que demanda esforço na mastigação, padrões comportamentais, propulsores de insistência na rotina e inflexibilidade e doenças gastrointestinais, que causam desconforto, intolerância ou alergia ao se alimentar. Assim, os cardápios do Programa Nacional de Alimentação Escolar devem ser adaptados para atender aos estudantes diagnosticados com necessidades alimentares especiais.

Considerando que atualmente tem tido uma quantidade significativa de crianças com autismo na escola, e estas na maioria das vezes apresentarem seletividade alimentar, este curso direcionado para nutricionistas responsáveis técnicos do PNAE se justifica porque poderá auxiliá-los a ajustarem seus cardápios para atenderem esse grupo de escolares, assim como auxiliá-los na abordagem relacionada com a seletividade alimentar.

Oferecer um curso para nutricionista responsáveis técnicos do PNAE que atuam em escolas municipais da comarca de Diamantina para que estes possam adaptar os cardápios oferecidos nas escolas para atender aos estudantes diagnosticados com este problema. Qualificar os nutricionistas responsáveis técnicos do PNAE que atuam em escolas municipais da comarca de Diamantina numa melhor abordagem com a família para tratar a seletividade alimentar de seus filhos portador e autismo.

Qualificar nutricionistas responsáveis técnicos do PNAE nos municípios de Diamantina, Felício dos Santos, Gouveia, Datas, São Gonçalo do Rio Preto, Monjolos, Presidente Kubitschek e Senador Modestino para que estes possam adaptar os cardápios oferecidos nas escolas para atender aos estudantes diagnosticados com autismo e melhor orientar os pais sobre seletividade alimentar de seus filhos.

O curso a ser oferecido para os nutricionistas será online pela plataforma Google meet e deverá de ocorrer de forma síncrona no dia 26 de maio. A nutricionista responsável pelo curso irá inicialmente falar sobre a fisiopatologia do autismo e focará nos alimentos a serem priorizados e evitados e justificativa para estas alterações, assim como orientar na adaptação da alimentação escolar para esse problema e como auxiliar o escolar com autismo e sua família na melhor aceitação da alimentação e melhor controle da seletividade alimentar.

1. Lai MC, Lombardo MV, Baron-Cohen S. Autism. Lancet. 2014;383(9920):896–910 2. Cupertino J, Resende M, Veloso I, Carvalho C, Duarte V, Ramos G. Transtorno do espectro autista: uma revisão sistemática sobre aspectos nutricionais e eixo intestino-cérebro. Arq Bras Ciênc Saúde. 2019;44:120-30. 3. Leader G, Tuohy E, Chen JL, Mannion A, Gilroy SP. Feeding problems, gastrointestinal symptoms, challenging behavior and sensory issues in children and adolescents with autism spectrum disorder. J Autism Dev Disord. 2020;50:1401-10. 4. Arberas C, Ruggieri V. Autismo. Aspectos genéticos y biológicos. Medicina. 2019;79(Suppl 1):16-21. 5. Margari L, Marzulli L, Gabellone A, Giambattista C. Eating and mealtime behaviors in patients with autism spectrum disorder: current perspectives. Neuropsychiatr Dis Treat. 2020;16:2083-102. 6.Cermak AS; Curtin C; Bandini LG. Seletividade alimentar e sensibilidade sensorial em crianças com transtornos do espectro do autismo. J. Am. Assoc. Dieta. 2010; 110;2:238-246.

Nesta ação teremos a participação de docentes, técnica administrativa do Departamento de Nutrição, discentes do curso de Nutrição da UFVJM, cantineiras, nutricionistas que atuam na educação básica dos municípios de Diamantina, Senador Modestino, Felício dos Santos, Presidente Kubistchek, Monjolos, Datas, Gouveia e São Gonçalo do Rio Preto. Assim acreditamos que ao reunirmos com esses diferentes atores nos moldes como estamos propondo o curso ocorrerá uma interação dialógica com a comunidade acadêmica e sociedade.

Como a presente ação propõe atuar junto aos nutricionistas que atuam no Programa de Alimentação escolar em oito municípios da Comarca de Diamantina, com discentes, docentes e técnica administrativa e cantineira será possível desenvolver uma ação que comunica com diferentes atores e profissões, e esse encontro enriquece e fortalece a formação discente, docente e de todos os participantes.

Ao desenvolvermos um curso de qualificação em nutrição e alimentação no autismo, acreditamos que esta ação auxiliará todos os cursistas, e em especial os nutricionistas do PNAE e cantineira a aplicarem o conhecimento junto aos alunos, pais e população, e isso indica que a teoria adquirida no ensino e pesquisa pode e deve ser aplicada nos diferentes grupos populacionais, e que nesse caso será junto aos escolares e familiares de escolares com autismo.

Atualmente o Programa "Ambiente escolar: espaço para promoção da saúde e da alimentação saudável e equilibrada" conta com a participação de 20 alunos de graduação, dois de mestrado e uma de pós-doutorado. Assim eles já vem há algum tempo atuando junto ao grupo de pesquisa e extensão proponente desta ação desenvolvendo várias das ações do projeto em diferentes escolas municipais da comarca de Diamantina/MG. Todas as ações desenvolvidas (análise nutricional dos escolares, avaliação do consumo de alimentação escolar e de lanches, atividades educativas junto aos docentes e pais dos escolares) e esta e esta ação de formação no tema autismo e alimentação escolar será uma oportunidade excelente para formação dos discentes extensionistas e qualificação para sua atuação.

Esperamos com esta qualifique nutricionistas, cantineiras e todos os participantes sobre a importância do cumprimento da legislação referente à alimentação escolar, e em especial os cuidados com a alimentação da criança com autismo, e com isso fortalecer mais ainda a importância da alimentação saudável e equilibrada no ambiente escolar. E ao conhecer estratégias para tentar diminuir a seletividade alimentar da criança com autismo possa proporcionar ambiente mais tranquilo e acolhedor para criança com este problema.

O evento será divulgado pelo grupo de WhatsApp dos extensionistas participantes pelo Programa de extensão, assim como no grupo de nutricionista do PNAE que almejamos realizar o curso e na pagina de Instagram do Programa.