Detalhes da ação

Ocupar, educar e resistir: apoio à formação escolar na Ocupação Vitória

Sobre a Ação

Nº de Inscrição

202203000115

Tipo da Ação

Projeto

Situação

RECOMENDADA :
CONCLUÍDA - ARQUIVADA

Data Inicio

23/05/2022

Data Fim

31/12/2023


Dados do Coordenador

Nome do Coordenador

mario mariano ruiz cardoso

Caracterização da Ação

Área de Conhecimento

Ciências Humanas

Área Temática Principal

Educação

Área Temática Secundária

Cultura

Linha de Extensão

Direitos individuais e coletivos

Abrangência

Municipal

Gera Propriedade Intelectual

Não

Vínculada a Programa de Extensão

Não

Envolve Recursos Financeiros

Sim

Ação ocorrerá

Fora do campus

Período das Atividades

Integral

Atividades nos Fins de Semana

Sim

Membros

Tipo de Membro Interno
Carga Horária 150 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 150 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 300 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 300 h
Resumo

O Projeto de Extensão Ocupar, educar e resistir: apoio à formação escolar na Ocupação Vitória é uma proposta de apoio e fortalecimento da formação escolar numa perspectiva crítica e popular direcionada a crianças, adolescentes e adultos da Ocupação Vitória, situada no Bairro Cazuza, em Diamantina (MG). As ações serão compostas por atividades educativas de acompanhamento, estudos, debates, oficinas, leitura e exibição de vídeos que contribuam com o fortalecimento da organização popular.


Palavras-chave

Educação popular, moradia, universidade popular, escola popular


Introdução

O projeto de extensão Ocupar, educar e resistir: apoio à formação escolar na Ocupação Vitória é uma proposta de apoio e fortalecimento da formação escolar numa perspectiva crítica e popular direcionada a crianças, adolescentes e adultos da Ocupação Vitória, situada no Bairro Cazuza, em Diamantina (MG). A Ocupação Vitória é organizada desde 2020 pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e é formada por aproximadamente 140 famílias. O perfil geral dos moradores e moradoras é de baixa renda, sendo a maioria em situação de trabalho informal ou desempregada. Percebe-se a presença importante de mulheres negras que têm estado à frente das principais ações sociais e organizativas da comunidade. Há também um número significativo de crianças e jovens, em sua maioria, negros e negras, que vivem na Ocupação Vitória, apontando dessa forma, o potencial para ações no campo educativo que se fundamentem na centralidade e articulação das questões de classe, gênero e raça, numa perspectiva transformadora (ver GARCIA, 2022; MONTENEGRO, 1981; REBELATTO et al, 2021) Considerando o aprofundamento das desigualdades educacionais durante a pandemia da Covid-19 com a adoção do ensino remoto emergencial, o projeto propõe ações educativas que promovam o apoio e fortalecimento da formação escolar numa perspectiva crítica e o enriquecimento formativo geral do público atendido por esse projeto. Nesse sentido, serão realizadas atividades de acompanhamento escolar com a finalidade de identificação, caracterização e superação de dificuldades, bem como propostas ações de formação geral, com intuito de criar um espaço de diálogo, troca, e formação política e cultural, objetivando o fortalecimento da luta e organização popular que já existe no processo histórico de constituição da Ocupação Vitória. O projeto está ancorado: 1- no diagnóstico exploratório realizado com parcela dos moradores da Ocupação; 2 - nas demandas apresentadas pelas lideranças da Ocupação Vitória em reuniões realizadas desde do início do ano de 2021; 3 - Na produção de conhecimento do campo da educação, em especial, as pesquisas que têm analisado as consequência do contexto da COVID-19 para a formação escolar (SILVA, 2020; FARAGE et al, 2021) Além de ser fruto de demandas locais, o projeto também será realizado em constante parceria com as lideranças e membros da ocupação, com o objetivo de consolidar o projeto como um espaço ‘desta e para esta’ comunidade, reforçando a perspectiva extensionista de diálogo e interação efetiva entre universidade e comunidade. Compreende-se que essa perspectiva atende a um dos princípios básicos da Política Nacional de Extensão que afirma que “a Universidade deve participar dos movimentos sociais, priorizando ações que visem à superação da desigualdade e da exclusão social existentes no Brasil” (FORPREX, 2012) Cabe frisar que, partindo de uma perspectiva crítica, o projeto não coaduna com a compreensão de que a problemática da exclusão social é decorrente da falta ou da má qualidade escolar ou ainda quer reforçar o discurso de oportunidades como instrumento de competição. Entretanto, compreende-se que a educação escolar deve ser valorizada e disputada, como um espaço importante de socialização dos conhecimentos historicamente produzidos pela humanidade para permitir aos alunos compreender, participar e atuar na sociedade de forma crítica, superando a visão de senso comum, as ações individualistas e a perspectiva conservadora que de modo ideológico toma a atual sociabilidade pautada na lógica capitalista como algo imutável. (SAVIANI, 2013) Portanto, ve-se a escola, a formação escolar e os conteúdos e métodos como processos em disputa e que devem ser ocupados pela classe trabalhadora, no intuito de construir uma educação antimachista, antirracista, antilgbtfóbica, anticapacitista e efetivamente popular. Ao nosso ver, isso significa uma educação para além do capital. (MÉSZÁROS, 2008).


Justificativa

O ensino remoto emergencial fez/faz parte da realidade educacional nos últimos dois anos em decorrência da pandemia de Covid-19. Apesar da dimensão global da adoção dessas iniciativas, no Brasil, esta tem gerado desdobramentos preocupantes quando consideramos as desigualdades sociais e tecnológicas: de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD/IBGE) de 2018, uma em cada quatro pessoas não tinha acesso à internet. A evasão também passa a ser uma questão ainda mais preocupante nesse cenário. De acordo com o Censo Escolar divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mais de 620 mil estudantes das redes municipal e estadual do país abandonaram a escola em 2021. Outra pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas também avaliou o tempo dedicado ao estudo pelos alunos no primeiro ano de pandemia. Os alunos de 10 a 17 anos, estudaram pelo menos duas horas por dia, em média; acima de 18 anos, não chegaram a uma hora. Portanto, quanto mais velho é o aluno, menos tempo ele estudou. Além disso, precisamos considerar a dificuldade das famílias trabalhadoras em auxiliar os estudantes nas tarefas remotas, bem como a falta de infraestrutura ou de espaço minimamente adequado para estudar, entre outras questões que expressam um contexto de aguda desigualdade social no país. Este cenário macro se transpõe para o local, como é possível observar na Ocupação Vitória. Existe um levantamento diagnóstico sendo realizado junto aos moradores da ocupação a partir do desenvolvimento de outro projeto de extensão em andamento focado no apoio à cozinha solidária, denominado “Cozinha Solidária para alimentar corpo, corações e mentes”. Apesar de o diagnóstico ainda não estar concluído, já é possível identificar demandas no campo da educação para crianças, jovens e adultos. Foi a partir desse reconhecimento que a própria organização da ocupação mobilizou a comunidade para preparar coletivamente um espaço que pudesse sediar ações de formação para os moradores. Contando com esse espaço, mas também com o território de toda a ocupação, nos seus sentidos objetivo e subjetivo, com toda a sua problemática e solucionática, o presente projeto busca construir os caminhos para apoiar o processo formativo escolar e para além dele. Frisa-se que o projeto está vinculado na Área Temática Educação e na Linha(s) de Extensão: (12). Direitos individuais e coletivos e (26) Grupos Sociais Vulneráveis, conforme Regulamento de Ações de Extensão da UFVJM e tem como principal justificativa a estratégia de luta pelo direito à educação de qualidade para a classe trabalhadora. Por outro lado, o projeto justifica-se pelo compromisso que a universidade pública, especialmente, tem de estar aberta a dialogar com os movimentos sociais que se apresentam em determinados contextos históricos, potencializando transformações nos estudantes, na universidade e nas comunidades. É importante considerar que as atividades de Extensão Universitária constituem contribuições decisivas à formação do estudante, em termos de ampliação do universo de referência que ensejam o contato direto com as grandes questões contemporâneas, enriquecimento da experiência discente em termos teóricos e metodológicos e também abrem espaços para reafirmação e materialização dos compromissos éticos e solidários da universidade pública. No que concerne à relação ensino-pesquisa-extensão, sinalizamos que a proposta envolverá diretamente alunos de diferentes cursos da UFVJM, perfazendo seu caráter de ensino na medida em que os estudantes estarão envolvidos diretamente com o processo de ensino-aprendizagem em um ambiente de educação não formal, permeado por problemáticas sociais, econômicas e políticas, ampliando as possibilidades de compreensão da educação e da escola como projetos historicamente e socialmente determinados. É também inegável o caráter de pesquisa do projeto, considerando o trabalho de diagnóstico da realidade em que o mesmo está inserido, os desdobramentos do período remoto no acesso à educação básica em termos de acesso e qualidades para parcela mais pauperizada da população diamantinense.


Objetivos

Objetivo Geral - Promover apoio à formação escolar em uma perspectiva crítica para moradores da Ocupação Vitória. Objetivos específicos: - Realizar plantões semanais no período do contraturno escolar em diferentes áreas do conhecimento, tendo especial enfoque nas disciplinas em que os alunos possuem dificuldades. - Programar, sob forma de oficinas e outras práticas socioeducativas voltadas para o desenvolvimento cognitivo, psicomotor, social, político e afetivo dos educandos; - Estimular o debate crítico sobre o lugar da educação, da Ocupação e dos movimentos sociais na sociabilidade capitalista a fim de mediar processos de tomada de consciência e crítica ao socialmente posto e naturalizado; - Incentivar a reflexão e criação de metodologias e propostas educativas baseadas na educação popular; - Permitir aos estudantes da UFVJM envolvidos no projeto o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades fundamentais para sua atuação profissional futura, além de possibilitar uma formação acadêmica comprometida com as lutas da classe trabalhadora, especialmente as relacionadas à educação e moradia dignas.


Metas

Realizar apoio pedagógico semanalmente, nas diversas áreas do conhecimento, no espaço educacional organizado pela comunidade da Ocupação Vitória; Realizar oficinas pedagógicas planejadas previamente de acordo com a demanda dos atendidos durante o processo de apoio pedagógico e de acordo com a proposta pedagógica do projeto; Propor uma agenda de atividades culturais, como exibição de filmes e documentários; Realizar processo formativo permanente com a equipe do projeto sobre temas transversais à ação, como educação popular, movimentos sociais, extensão universitária, universidade popular, entre outros; Discutir e criar a médio e longo prazo um Cursinho Popular atrelado a essa ação de extensão, dando continuidade aos objetivos expostos aqui, no sentido de apoiar a entrada dos jovens e adultos da Ocupação Vitória no ensino superior, em especial na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha


Metodologia

O projeto será realizado a partir do acompanhamento/reforço no contra turno escolar de forma semanal bem como a constituição de oficinas pedagógicas, as quais se darão em função de elementos como grupos etários, demandas pedagógicas específicas, etc. Os acompanhamentos/oficinas serão distribuídos com base no calendário da UFVJM e disponibilidade dos acadêmicos. As atividades serão conduzidas por acadêmicos de diferentes cursos, orientados por professores supervisores para o planejamento de ações condizentes aos grupos etários aos quais se destinam e visando atender temáticas de interesse e necessidades dos educandos. Tais estudantes participantes dessa ação serão oriundos do chamamento direto desse projeto e também da articulação de atividades de prática como componente curricular e atividades extensionistas vinculadas as seguintes disciplinas ministradas pelos professores que integram o projeto: BIO 111 - Políticas educacionais; BIO 099 - Prática de Ensino em Educação e Sociedade; BIO 100 - Filosofia da Educação; QUI 069 - Educação, Cidadania e Direitos Humanos; QUI 074 Didática; QUI 073 - Sociologia da Educação. Essa ação também está articulada as seguintes ações de extensão e pesquisa coordenados pelos docentes do projeto: Projeto de Extensão “Cozinha Solidária para alimentar corpo, corações e mentes: construindo a universidade popular no apoio à Ocupação Vitória” (número: 2022101202230820). Projeto de Pesquisa 6262021 - As políticas para a educação em direitos humanos e as tendências internacionais: relações, limites e possibilidades (número 6262021) Projeto de Pesquisa - Paulo Freire na formação inicial de professores de ciências: uma análise das universidades federais mineiras (número 1592020 ) A condução das atividades fundamenta-se na utilização de atividades pedagógicas de ensino-aprendizagem que se apoiam na perspectiva crítica e popular de educação. Nesse sentido, tem-se em consideração os aspectos como a ludicidade e motivação, tomando sempre como base a efetiva apropriação dos conhecimentos pelo público do projeto. Desse modo, a partir de conteúdos é possível utilizar-se de: brincadeiras, gincanas, jogos de regras, de raciocínio, individuais e coletivos, desenhos, colagens, cine-fóruns, uso de vídeos, produções escritas, produção de gêneros jornalísticos, e outros. Além disso, especialmente no que se refere à atividade apoio escolar, será levada em consideração as dificuldades dos estudantes e a necessidade de acompanhamento mais individualizado. A equipe do projeto deverá explorar e se apoiar nos recursos variados para aumentar o processo de estímulo ao aprendizado proposto e planejado com auxílio da Coordenação Pedagógica. No que se refere à participação efetiva do público-alvo as crianças e adolescentes (ou seus pais) deverão manifestar interesse na participação na atividade a partir de inscrição prévia. As atividades semanais terão duração média de 1 hora para cada área. O estudante poderá escolher qual ou quais áreas deseja frequentar. No caso dos ateliês mensais, todos os estudantes devem estar presentes. As ações serão acompanhadas/avaliadas de forma contínua por cômputo de frequência e reuniões/conversas com discentes e pais. O objetivo é identificar o comprometimento do estudante, o rendimento escolar e as dificuldades que persistem. Além disso, a cada três meses os alunos serão convidados para avaliar o projeto de extensão, indicando potenciais mudanças. As atividades serão registradas pelos estudantes extensionistas a partir de portfólios digitais, com breve descrição das atividades, observações, número de participantes, fotos ou vídeos e materiais utilizados. Esta forma de registro se justifica pela maior possibilidade de incorporar formatos São etapas do projeto: - Diagnosticar as principais demandas/defasagens e interesses educacionais junto ao público alvo; - Sensibilizar a comunidade sobre a relevância da ação extensionista; - Formação básica/capacitação para extensionistas do projeto considerando caracterização, reflexão, métodos e processos da extensão universitária; - Organização do espaço para a realização das atividades na Ocupação Vitória; - Organizar calendário de atendimentos, bem como ateliês mensais. - Planejamento das atividades - Conduzir as atividades com estratégias lúdicas e motivadoras -Oportunizar atividades que estimulem consolidar/retomar conhecimentos básicos, (especialmente em matemática e português).


Referências Bibliográficas

Referências GARCIA, Jeferson. Racismo, capital e emancipação humana: notas sobre a questão negra na tradição comunista. São Paulo: Instituto Caio Prado Junior, 2022. FARAGE, E. J.; DA COSTA, A. J. S.; DA SILVA, L. B. A educação superior em tempos de pandemia: a agudização do projeto do capital através do ensino remoto emergencial. Germinal: marxismo e educação em debate, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 226–257, 2021. DOI: 10.9771/gmed.v13i1.43757. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/43757. Acesso em: 20 abr. 2022. FORPROEX. O Plano Nacional de Extensão Universitária. 2012. Disponível em http://www.ufvjm.edu.br/proexc/proext/doc_download/620-.html. Acesso em 20 de abril de 2022. IBGE, 2018. LUCKESI. C.C. Avaliaçãoda aprendizagem escolar. 9. ed. São Paulo: Cortez, 1999.LÜDKE, M;. André, M.E.D A. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. 6.ed. São Paulo: EPU, 1986 MÉSZAROS, I. A educação para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2008. MONTENEGRO, Ana. Ser ou não ser feminista. Recife: Editora Guararapes Limitada, 1981. REBELATTO, Francieli; ACOSTA, Luis; PINHEIRO, Milton. A universidade popular. São Paulo: Instituto Caio Prado Junior, 2021. SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. Campinas: Autores Associados, 2013. SILVA, Amanda. DA UBERIZAÇÃO À YOUTUBERIZAÇÃO:. RTPS - Revista Trabalho, Política e Sociedade, v. 5, n. 9, p. 587-610, 11 dez. 2020


Interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade

A atuação da comunidade acadêmica no seio de uma Ocupação por moradia permitirá, por meio das ações educativas viabilizadas nesse projeto, uma interação efetiva com a comunidade em questão, considerando suas demandas e lutas de forma mais ampla. Sendo assim, ao mesmo tempo em que projeto objetiva fortalecer a organização popular na Ocupação, também promove a aproximação da universidade com a população de Diamantina e também com os movimentos sociais.


Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade

O projeto tem como meta atuar com o acompanhamento escolar em todas as áreas do conhecimento, prevendo uma equipe interdisciplinar que deve atuar nas demandas de apoio às defasagens escolares e também na proposição de metodologias, oficinas e atividades culturais que dialoguem com as questões da comunidade em questão. Assim, espera-se que a equipe do projeto reflita e desenvolva práticas de forma integrada e coesa.


Indissociabilidade Ensino – Pesquisa – Extensão

Este projeto está articulado a projetos de pesquisa e extensão em andamento de professores parte da equipe que dialogam com a educação popular e a própria Ocupação Vitória, sendo eles: Projeto de Extensão “Cozinha Solidária para alimentar corpo, corações e mentes: construindo a universidade popular no apoio à Ocupação Vitória” (número: 2022101202230820). Projeto de Pesquisa 6262021 - As políticas para a educação em direitos humanos e as tendências internacionais: relações, limites e possibilidades (número 6262021) Projeto de Pesquisa - Paulo Freire na formação inicial de professores de ciências: uma análise das universidades federais mineiras (número 1592020 ) Além disso, encontra-se em fase de elaboração um projeto de pesquisa específico sobre fundamentos da educação popular na Ocupação Vitória, com o intuito de identificar e consolidar um conjunto de referênciais teórico-práticos desenvolvidas no âmbito da extensão. No que se refere ao ensino, a equipe do projeto será formada por acadêmicos de diferentes cursos, orientados por professores supervisores para o planejamento de ações condizentes aos grupos etários aos quais se destinam e visando atender temáticas de interesse e necessidades dos educandos. Tais estudantes participantes dessa ação serão oriundos do chamamento direto desse projeto e também da articulação de atividades de prática como componente curricular e atividades extensionistas vinculadas as seguintes disciplinas ministradas pelos professores que integram o projeto: BIO 111 - Políticas educacionais; BIO 099 - Prática de Ensino em Educação e Sociedade; BIO 100 - Filosofia da Educação; QUI 069 - Educação, Cidadania e Direitos Humanos; QUI 074 Didática; QUI 073 - Sociologia da Educação. A indissobilidade ensino-pesquisa -extensão também pode ser observada nas metas do projeto, considerando a relevância de um processo formativo permanente com a equipe do projeto sobre temas transversais à ação, como educação popular, movimentos sociais, extensão universitária, universidade popular, entre outros, bem como criar a médio e longo prazo um Cursinho Popular atrelado a essa ação de extensão, no sentido de apoiar a entrada dos jovens e adultos da Ocupação Vitória no ensino superior, em especial na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha.


Impacto na Formação do Estudante: Caracterização da participação dos graduandos na ação para sua formação acadêmica

Os estudantes participantes do projeto atuarão diretamente no acompanhamento/reforço escolar, tendo contato direto com o público alvo da ação. O planejamento e organização das atividades serão elaborados em conjunto com a equipe de extensionistas e professores supervisores. Além disso, os estudantes deverão participar das reuniões de formação e avaliação organizadas pelo projeto com o objetivo de conhecer as refletir sobre a prática e metodologias específicas da educação não formal. Cabe frisar que as ações de extensão são relevantes e significativas para os estudantes, pois atuam de forma efetiva tanto na formação acadêmica, profissional, como também na formação humana e cidadã dos envolvidos. A interação e o convívio com o público das comunidades potencializa compreensão mais ampla da realidade brasileira e local, visão crítica acerca das desigualdades incorporação de novas práticas, trocas de experiências, trabalho em equipe, possibilidades de participação em eventos e de produção científica.


Impacto e Transformação Social

- Diminuir as defasagens educacionais na educação básica oriundas especialmente do período de ensino remoto; - Melhora no desenvolvimento escolar das crianças, adolescentes e adultos da ocupação; - Diminuir a evasão escolar; - Ampliar o horizonte cultural, social, científico e político de todos envolvidos; - Ampliar as possibilidades formativas dos extensionistas a partir: 1) do contato com a realidade local e os desafios da classe trabalhadora para efetivação do direito à educação de qualidade, laica e pública; e 2) a relação com os movimentos sociais (neste caso, o MTST) - Estimular o interesse do público alvo em relação à importância da escola e o direito à educação; - Incentivar o público alvo a reconhecer a universidade pública como um espaço de formação para a classe trabalhadora, bem como vislumbrar um projeto de universidade popular, reivindicando a emancipação humana.


Divulgação

A divulgação das ações do projeto de extensão será realizada através da elaboração de trabalhos em eventos acadêmicos, bem como, através de reuniões com toda as lideranças e a comunidade geral da Ocupação Vitória. Ao longo das ações, será avaliado a possibilidade de criação de sites, facebook, twitter e instagram para divulgação do projeto. Será proposta aos canais institucionais da UFVJM a divulgação das ações.


Público-alvo

Descrição

De modo direto o publico alvo do projeto serão as crianças, jovens e adultos da Ocupação Vitória que estão matriculadas e/ou participando da educação escolar (educação básica e educação de jovens e adultos).

Descrição

De modo indireto, temos as 140 famílias da Ocupação Vitória como publico alvo no sentido do impacto que a melhora da formação escolar numa perspectiva crítica das crianças, jovens e adultos podem causar no âmbito dos núcleos familiares e comunidade em geral.

Municípios Atendidos

Município

Diamantina - MG

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

Apoio a execução do projeto no sentido da organização popular e comunitária da Ocupação Vitória Participação nas atividades formativas a partir dos referenciais e perspetivas do movimento.

Cronograma de Atividades

Carga Horária Total: 82 h

Carga Horária 20 h
Periodicidade Semanalmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

A equipe coordenadora realizará um conjunto de atividades (reuniões, planejamento, emails, idas a campo) para alinhar a proposta do projeto ao número e perfil de estudantes que realmente participarão das atividades, bem como, ao contexto da Ocupação Vitória. A seleção dos estudantes será realizada através de chamamento amplo a ser divulgado pelos emails institucionais da universidade incluindo a preparação do processo, divulgação, execução, avaliação e primeiros encontros com os estudantes inicialmente selecionados.

Carga Horária 8 h
Periodicidade Semanalmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

Serão realizadas atividades de formação da equipe do projeto de modo aprimorar os conhecimentos dos estudantes e demais participantes sobre os temas relacionados a ação: educação popular, movimentos sociais, moradia popular, etc. As atividades serão realizadas tanto presencialmente, quanto a distância, prevendo reuniões, estudos, seminários, debates, leituras, exibição e discussão de vídeos, dentre outras atividades pertinentes e que podem surgir como demanda própria dessa ação.

Carga Horária 16 h
Periodicidade Semanalmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

Durante todo o projeto serão mantidas ações de investigação da realidade e diagnósticos das principais dificuldades das crianças e jovens da Ocupação Vitória por meio do acompanhamento das atividades educativas escolares e atividades propostas no âmbito do próprio projeto.

Carga Horária 16 h
Periodicidade Semanalmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

Os estudantes envolvidos no projeto serão organizados em turno e dias da semana para a realização do apoio presencial das crianças e jovens no espaço educativa da Ocupação Vitória, atendo as demandas de acompanhamento de atividades escolares, aprofundamento de estudos, realização de trabalhos solicitados pela escola, promoção de ações educativas a partir de temas geradores que apontem os principais desafios da formação escolar do público do projeto.

Carga Horária 16 h
Periodicidade Mensalmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

Serão realizados encontros, reuniões e formações gerais entre a equipe do projeto, liderança da Ocupação Vitória, e comunidade em geral para informes sobre as ações, avaliações, recolhimento de sugestões, divulgação dos resultados e atividades de formação geral para toda a comunidade, com base nos resultados obtidos do acompanhamento das crianças e jovens.

Carga Horária 6 h
Periodicidade Mensalmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

A coordenação do projeto e os estudantes farão atividades de caráter avaliativo das ações propostas, contemplando reuniões, elaboração de portfólios pelos estudantes e relatórios para sistematização dos resultados.