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Ocupar, educar e resistir: apoio à formação escolar na Ocupação Vitória
Sobre a Ação
202203000115
032022 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
CONCLUÍDA - ARQUIVADA
23/05/2022
31/12/2023
Dados do Coordenador
mario mariano ruiz cardoso
Caracterização da Ação
Ciências Humanas
Educação
Cultura
Direitos individuais e coletivos
Municipal
Não
Não
Sim
Fora do campus
Integral
Sim
Membros
O Projeto de Extensão Ocupar, educar e resistir: apoio à formação escolar na Ocupação Vitória é uma proposta de apoio e fortalecimento da formação escolar numa perspectiva crítica e popular direcionada a crianças, adolescentes e adultos da Ocupação Vitória, situada no Bairro Cazuza, em Diamantina (MG). As ações serão compostas por atividades educativas de acompanhamento, estudos, debates, oficinas, leitura e exibição de vídeos que contribuam com o fortalecimento da organização popular.
Educação popular, moradia, universidade popular, escola popular
O projeto de extensão Ocupar, educar e resistir: apoio à formação escolar na Ocupação Vitória é uma proposta de apoio e fortalecimento da formação escolar numa perspectiva crítica e popular direcionada a crianças, adolescentes e adultos da Ocupação Vitória, situada no Bairro Cazuza, em Diamantina (MG). A Ocupação Vitória é organizada desde 2020 pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e é formada por aproximadamente 140 famílias. O perfil geral dos moradores e moradoras é de baixa renda, sendo a maioria em situação de trabalho informal ou desempregada. Percebe-se a presença importante de mulheres negras que têm estado à frente das principais ações sociais e organizativas da comunidade. Há também um número significativo de crianças e jovens, em sua maioria, negros e negras, que vivem na Ocupação Vitória, apontando dessa forma, o potencial para ações no campo educativo que se fundamentem na centralidade e articulação das questões de classe, gênero e raça, numa perspectiva transformadora (ver GARCIA, 2022; MONTENEGRO, 1981; REBELATTO et al, 2021) Considerando o aprofundamento das desigualdades educacionais durante a pandemia da Covid-19 com a adoção do ensino remoto emergencial, o projeto propõe ações educativas que promovam o apoio e fortalecimento da formação escolar numa perspectiva crítica e o enriquecimento formativo geral do público atendido por esse projeto. Nesse sentido, serão realizadas atividades de acompanhamento escolar com a finalidade de identificação, caracterização e superação de dificuldades, bem como propostas ações de formação geral, com intuito de criar um espaço de diálogo, troca, e formação política e cultural, objetivando o fortalecimento da luta e organização popular que já existe no processo histórico de constituição da Ocupação Vitória. O projeto está ancorado: 1- no diagnóstico exploratório realizado com parcela dos moradores da Ocupação; 2 - nas demandas apresentadas pelas lideranças da Ocupação Vitória em reuniões realizadas desde do início do ano de 2021; 3 - Na produção de conhecimento do campo da educação, em especial, as pesquisas que têm analisado as consequência do contexto da COVID-19 para a formação escolar (SILVA, 2020; FARAGE et al, 2021) Além de ser fruto de demandas locais, o projeto também será realizado em constante parceria com as lideranças e membros da ocupação, com o objetivo de consolidar o projeto como um espaço ‘desta e para esta’ comunidade, reforçando a perspectiva extensionista de diálogo e interação efetiva entre universidade e comunidade. Compreende-se que essa perspectiva atende a um dos princípios básicos da Política Nacional de Extensão que afirma que “a Universidade deve participar dos movimentos sociais, priorizando ações que visem à superação da desigualdade e da exclusão social existentes no Brasil” (FORPREX, 2012) Cabe frisar que, partindo de uma perspectiva crítica, o projeto não coaduna com a compreensão de que a problemática da exclusão social é decorrente da falta ou da má qualidade escolar ou ainda quer reforçar o discurso de oportunidades como instrumento de competição. Entretanto, compreende-se que a educação escolar deve ser valorizada e disputada, como um espaço importante de socialização dos conhecimentos historicamente produzidos pela humanidade para permitir aos alunos compreender, participar e atuar na sociedade de forma crítica, superando a visão de senso comum, as ações individualistas e a perspectiva conservadora que de modo ideológico toma a atual sociabilidade pautada na lógica capitalista como algo imutável. (SAVIANI, 2013) Portanto, ve-se a escola, a formação escolar e os conteúdos e métodos como processos em disputa e que devem ser ocupados pela classe trabalhadora, no intuito de construir uma educação antimachista, antirracista, antilgbtfóbica, anticapacitista e efetivamente popular. Ao nosso ver, isso significa uma educação para além do capital. (MÉSZÁROS, 2008).
O ensino remoto emergencial fez/faz parte da realidade educacional nos últimos dois anos em decorrência da pandemia de Covid-19. Apesar da dimensão global da adoção dessas iniciativas, no Brasil, esta tem gerado desdobramentos preocupantes quando consideramos as desigualdades sociais e tecnológicas: de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD/IBGE) de 2018, uma em cada quatro pessoas não tinha acesso à internet. A evasão também passa a ser uma questão ainda mais preocupante nesse cenário. De acordo com o Censo Escolar divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mais de 620 mil estudantes das redes municipal e estadual do país abandonaram a escola em 2021. Outra pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas também avaliou o tempo dedicado ao estudo pelos alunos no primeiro ano de pandemia. Os alunos de 10 a 17 anos, estudaram pelo menos duas horas por dia, em média; acima de 18 anos, não chegaram a uma hora. Portanto, quanto mais velho é o aluno, menos tempo ele estudou. Além disso, precisamos considerar a dificuldade das famílias trabalhadoras em auxiliar os estudantes nas tarefas remotas, bem como a falta de infraestrutura ou de espaço minimamente adequado para estudar, entre outras questões que expressam um contexto de aguda desigualdade social no país. Este cenário macro se transpõe para o local, como é possível observar na Ocupação Vitória. Existe um levantamento diagnóstico sendo realizado junto aos moradores da ocupação a partir do desenvolvimento de outro projeto de extensão em andamento focado no apoio à cozinha solidária, denominado “Cozinha Solidária para alimentar corpo, corações e mentes”. Apesar de o diagnóstico ainda não estar concluído, já é possível identificar demandas no campo da educação para crianças, jovens e adultos. Foi a partir desse reconhecimento que a própria organização da ocupação mobilizou a comunidade para preparar coletivamente um espaço que pudesse sediar ações de formação para os moradores. Contando com esse espaço, mas também com o território de toda a ocupação, nos seus sentidos objetivo e subjetivo, com toda a sua problemática e solucionática, o presente projeto busca construir os caminhos para apoiar o processo formativo escolar e para além dele. Frisa-se que o projeto está vinculado na Área Temática Educação e na Linha(s) de Extensão: (12). Direitos individuais e coletivos e (26) Grupos Sociais Vulneráveis, conforme Regulamento de Ações de Extensão da UFVJM e tem como principal justificativa a estratégia de luta pelo direito à educação de qualidade para a classe trabalhadora. Por outro lado, o projeto justifica-se pelo compromisso que a universidade pública, especialmente, tem de estar aberta a dialogar com os movimentos sociais que se apresentam em determinados contextos históricos, potencializando transformações nos estudantes, na universidade e nas comunidades. É importante considerar que as atividades de Extensão Universitária constituem contribuições decisivas à formação do estudante, em termos de ampliação do universo de referência que ensejam o contato direto com as grandes questões contemporâneas, enriquecimento da experiência discente em termos teóricos e metodológicos e também abrem espaços para reafirmação e materialização dos compromissos éticos e solidários da universidade pública. No que concerne à relação ensino-pesquisa-extensão, sinalizamos que a proposta envolverá diretamente alunos de diferentes cursos da UFVJM, perfazendo seu caráter de ensino na medida em que os estudantes estarão envolvidos diretamente com o processo de ensino-aprendizagem em um ambiente de educação não formal, permeado por problemáticas sociais, econômicas e políticas, ampliando as possibilidades de compreensão da educação e da escola como projetos historicamente e socialmente determinados. É também inegável o caráter de pesquisa do projeto, considerando o trabalho de diagnóstico da realidade em que o mesmo está inserido, os desdobramentos do período remoto no acesso à educação básica em termos de acesso e qualidades para parcela mais pauperizada da população diamantinense.
Objetivo Geral - Promover apoio à formação escolar em uma perspectiva crítica para moradores da Ocupação Vitória. Objetivos específicos: - Realizar plantões semanais no período do contraturno escolar em diferentes áreas do conhecimento, tendo especial enfoque nas disciplinas em que os alunos possuem dificuldades. - Programar, sob forma de oficinas e outras práticas socioeducativas voltadas para o desenvolvimento cognitivo, psicomotor, social, político e afetivo dos educandos; - Estimular o debate crítico sobre o lugar da educação, da Ocupação e dos movimentos sociais na sociabilidade capitalista a fim de mediar processos de tomada de consciência e crítica ao socialmente posto e naturalizado; - Incentivar a reflexão e criação de metodologias e propostas educativas baseadas na educação popular; - Permitir aos estudantes da UFVJM envolvidos no projeto o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades fundamentais para sua atuação profissional futura, além de possibilitar uma formação acadêmica comprometida com as lutas da classe trabalhadora, especialmente as relacionadas à educação e moradia dignas.
Realizar apoio pedagógico semanalmente, nas diversas áreas do conhecimento, no espaço educacional organizado pela comunidade da Ocupação Vitória; Realizar oficinas pedagógicas planejadas previamente de acordo com a demanda dos atendidos durante o processo de apoio pedagógico e de acordo com a proposta pedagógica do projeto; Propor uma agenda de atividades culturais, como exibição de filmes e documentários; Realizar processo formativo permanente com a equipe do projeto sobre temas transversais à ação, como educação popular, movimentos sociais, extensão universitária, universidade popular, entre outros; Discutir e criar a médio e longo prazo um Cursinho Popular atrelado a essa ação de extensão, dando continuidade aos objetivos expostos aqui, no sentido de apoiar a entrada dos jovens e adultos da Ocupação Vitória no ensino superior, em especial na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha
O projeto será realizado a partir do acompanhamento/reforço no contra turno escolar de forma semanal bem como a constituição de oficinas pedagógicas, as quais se darão em função de elementos como grupos etários, demandas pedagógicas específicas, etc. Os acompanhamentos/oficinas serão distribuídos com base no calendário da UFVJM e disponibilidade dos acadêmicos. As atividades serão conduzidas por acadêmicos de diferentes cursos, orientados por professores supervisores para o planejamento de ações condizentes aos grupos etários aos quais se destinam e visando atender temáticas de interesse e necessidades dos educandos. Tais estudantes participantes dessa ação serão oriundos do chamamento direto desse projeto e também da articulação de atividades de prática como componente curricular e atividades extensionistas vinculadas as seguintes disciplinas ministradas pelos professores que integram o projeto: BIO 111 - Políticas educacionais; BIO 099 - Prática de Ensino em Educação e Sociedade; BIO 100 - Filosofia da Educação; QUI 069 - Educação, Cidadania e Direitos Humanos; QUI 074 Didática; QUI 073 - Sociologia da Educação. Essa ação também está articulada as seguintes ações de extensão e pesquisa coordenados pelos docentes do projeto: Projeto de Extensão “Cozinha Solidária para alimentar corpo, corações e mentes: construindo a universidade popular no apoio à Ocupação Vitória” (número: 2022101202230820). Projeto de Pesquisa 6262021 - As políticas para a educação em direitos humanos e as tendências internacionais: relações, limites e possibilidades (número 6262021) Projeto de Pesquisa - Paulo Freire na formação inicial de professores de ciências: uma análise das universidades federais mineiras (número 1592020 ) A condução das atividades fundamenta-se na utilização de atividades pedagógicas de ensino-aprendizagem que se apoiam na perspectiva crítica e popular de educação. Nesse sentido, tem-se em consideração os aspectos como a ludicidade e motivação, tomando sempre como base a efetiva apropriação dos conhecimentos pelo público do projeto. Desse modo, a partir de conteúdos é possível utilizar-se de: brincadeiras, gincanas, jogos de regras, de raciocínio, individuais e coletivos, desenhos, colagens, cine-fóruns, uso de vídeos, produções escritas, produção de gêneros jornalísticos, e outros. Além disso, especialmente no que se refere à atividade apoio escolar, será levada em consideração as dificuldades dos estudantes e a necessidade de acompanhamento mais individualizado. A equipe do projeto deverá explorar e se apoiar nos recursos variados para aumentar o processo de estímulo ao aprendizado proposto e planejado com auxílio da Coordenação Pedagógica. No que se refere à participação efetiva do público-alvo as crianças e adolescentes (ou seus pais) deverão manifestar interesse na participação na atividade a partir de inscrição prévia. As atividades semanais terão duração média de 1 hora para cada área. O estudante poderá escolher qual ou quais áreas deseja frequentar. No caso dos ateliês mensais, todos os estudantes devem estar presentes. As ações serão acompanhadas/avaliadas de forma contínua por cômputo de frequência e reuniões/conversas com discentes e pais. O objetivo é identificar o comprometimento do estudante, o rendimento escolar e as dificuldades que persistem. Além disso, a cada três meses os alunos serão convidados para avaliar o projeto de extensão, indicando potenciais mudanças. As atividades serão registradas pelos estudantes extensionistas a partir de portfólios digitais, com breve descrição das atividades, observações, número de participantes, fotos ou vídeos e materiais utilizados. Esta forma de registro se justifica pela maior possibilidade de incorporar formatos São etapas do projeto: - Diagnosticar as principais demandas/defasagens e interesses educacionais junto ao público alvo; - Sensibilizar a comunidade sobre a relevância da ação extensionista; - Formação básica/capacitação para extensionistas do projeto considerando caracterização, reflexão, métodos e processos da extensão universitária; - Organização do espaço para a realização das atividades na Ocupação Vitória; - Organizar calendário de atendimentos, bem como ateliês mensais. - Planejamento das atividades - Conduzir as atividades com estratégias lúdicas e motivadoras -Oportunizar atividades que estimulem consolidar/retomar conhecimentos básicos, (especialmente em matemática e português).
Referências GARCIA, Jeferson. Racismo, capital e emancipação humana: notas sobre a questão negra na tradição comunista. São Paulo: Instituto Caio Prado Junior, 2022. FARAGE, E. J.; DA COSTA, A. J. S.; DA SILVA, L. B. A educação superior em tempos de pandemia: a agudização do projeto do capital através do ensino remoto emergencial. Germinal: marxismo e educação em debate, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 226–257, 2021. DOI: 10.9771/gmed.v13i1.43757. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/43757. Acesso em: 20 abr. 2022. FORPROEX. O Plano Nacional de Extensão Universitária. 2012. Disponível em http://www.ufvjm.edu.br/proexc/proext/doc_download/620-.html. Acesso em 20 de abril de 2022. IBGE, 2018. LUCKESI. C.C. Avaliaçãoda aprendizagem escolar. 9. ed. São Paulo: Cortez, 1999.LÜDKE, M;. André, M.E.D A. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. 6.ed. São Paulo: EPU, 1986 MÉSZAROS, I. A educação para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2008. MONTENEGRO, Ana. Ser ou não ser feminista. Recife: Editora Guararapes Limitada, 1981. REBELATTO, Francieli; ACOSTA, Luis; PINHEIRO, Milton. A universidade popular. São Paulo: Instituto Caio Prado Junior, 2021. SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. Campinas: Autores Associados, 2013. SILVA, Amanda. DA UBERIZAÇÃO À YOUTUBERIZAÇÃO:. RTPS - Revista Trabalho, Política e Sociedade, v. 5, n. 9, p. 587-610, 11 dez. 2020
A atuação da comunidade acadêmica no seio de uma Ocupação por moradia permitirá, por meio das ações educativas viabilizadas nesse projeto, uma interação efetiva com a comunidade em questão, considerando suas demandas e lutas de forma mais ampla. Sendo assim, ao mesmo tempo em que projeto objetiva fortalecer a organização popular na Ocupação, também promove a aproximação da universidade com a população de Diamantina e também com os movimentos sociais.
O projeto tem como meta atuar com o acompanhamento escolar em todas as áreas do conhecimento, prevendo uma equipe interdisciplinar que deve atuar nas demandas de apoio às defasagens escolares e também na proposição de metodologias, oficinas e atividades culturais que dialoguem com as questões da comunidade em questão. Assim, espera-se que a equipe do projeto reflita e desenvolva práticas de forma integrada e coesa.
Este projeto está articulado a projetos de pesquisa e extensão em andamento de professores parte da equipe que dialogam com a educação popular e a própria Ocupação Vitória, sendo eles: Projeto de Extensão “Cozinha Solidária para alimentar corpo, corações e mentes: construindo a universidade popular no apoio à Ocupação Vitória” (número: 2022101202230820). Projeto de Pesquisa 6262021 - As políticas para a educação em direitos humanos e as tendências internacionais: relações, limites e possibilidades (número 6262021) Projeto de Pesquisa - Paulo Freire na formação inicial de professores de ciências: uma análise das universidades federais mineiras (número 1592020 ) Além disso, encontra-se em fase de elaboração um projeto de pesquisa específico sobre fundamentos da educação popular na Ocupação Vitória, com o intuito de identificar e consolidar um conjunto de referênciais teórico-práticos desenvolvidas no âmbito da extensão. No que se refere ao ensino, a equipe do projeto será formada por acadêmicos de diferentes cursos, orientados por professores supervisores para o planejamento de ações condizentes aos grupos etários aos quais se destinam e visando atender temáticas de interesse e necessidades dos educandos. Tais estudantes participantes dessa ação serão oriundos do chamamento direto desse projeto e também da articulação de atividades de prática como componente curricular e atividades extensionistas vinculadas as seguintes disciplinas ministradas pelos professores que integram o projeto: BIO 111 - Políticas educacionais; BIO 099 - Prática de Ensino em Educação e Sociedade; BIO 100 - Filosofia da Educação; QUI 069 - Educação, Cidadania e Direitos Humanos; QUI 074 Didática; QUI 073 - Sociologia da Educação. A indissobilidade ensino-pesquisa -extensão também pode ser observada nas metas do projeto, considerando a relevância de um processo formativo permanente com a equipe do projeto sobre temas transversais à ação, como educação popular, movimentos sociais, extensão universitária, universidade popular, entre outros, bem como criar a médio e longo prazo um Cursinho Popular atrelado a essa ação de extensão, no sentido de apoiar a entrada dos jovens e adultos da Ocupação Vitória no ensino superior, em especial na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha.
Os estudantes participantes do projeto atuarão diretamente no acompanhamento/reforço escolar, tendo contato direto com o público alvo da ação. O planejamento e organização das atividades serão elaborados em conjunto com a equipe de extensionistas e professores supervisores. Além disso, os estudantes deverão participar das reuniões de formação e avaliação organizadas pelo projeto com o objetivo de conhecer as refletir sobre a prática e metodologias específicas da educação não formal. Cabe frisar que as ações de extensão são relevantes e significativas para os estudantes, pois atuam de forma efetiva tanto na formação acadêmica, profissional, como também na formação humana e cidadã dos envolvidos. A interação e o convívio com o público das comunidades potencializa compreensão mais ampla da realidade brasileira e local, visão crítica acerca das desigualdades incorporação de novas práticas, trocas de experiências, trabalho em equipe, possibilidades de participação em eventos e de produção científica.
- Diminuir as defasagens educacionais na educação básica oriundas especialmente do período de ensino remoto; - Melhora no desenvolvimento escolar das crianças, adolescentes e adultos da ocupação; - Diminuir a evasão escolar; - Ampliar o horizonte cultural, social, científico e político de todos envolvidos; - Ampliar as possibilidades formativas dos extensionistas a partir: 1) do contato com a realidade local e os desafios da classe trabalhadora para efetivação do direito à educação de qualidade, laica e pública; e 2) a relação com os movimentos sociais (neste caso, o MTST) - Estimular o interesse do público alvo em relação à importância da escola e o direito à educação; - Incentivar o público alvo a reconhecer a universidade pública como um espaço de formação para a classe trabalhadora, bem como vislumbrar um projeto de universidade popular, reivindicando a emancipação humana.
A divulgação das ações do projeto de extensão será realizada através da elaboração de trabalhos em eventos acadêmicos, bem como, através de reuniões com toda as lideranças e a comunidade geral da Ocupação Vitória. Ao longo das ações, será avaliado a possibilidade de criação de sites, facebook, twitter e instagram para divulgação do projeto. Será proposta aos canais institucionais da UFVJM a divulgação das ações.
Público-alvo
De modo direto o publico alvo do projeto serão as crianças, jovens e adultos da Ocupação Vitória que estão matriculadas e/ou participando da educação escolar (educação básica e educação de jovens e adultos).
De modo indireto, temos as 140 famílias da Ocupação Vitória como publico alvo no sentido do impacto que a melhora da formação escolar numa perspectiva crítica das crianças, jovens e adultos podem causar no âmbito dos núcleos familiares e comunidade em geral.
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Parcerias
Apoio a execução do projeto no sentido da organização popular e comunitária da Ocupação Vitória Participação nas atividades formativas a partir dos referenciais e perspetivas do movimento.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 82 h
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A equipe coordenadora realizará um conjunto de atividades (reuniões, planejamento, emails, idas a campo) para alinhar a proposta do projeto ao número e perfil de estudantes que realmente participarão das atividades, bem como, ao contexto da Ocupação Vitória. A seleção dos estudantes será realizada através de chamamento amplo a ser divulgado pelos emails institucionais da universidade incluindo a preparação do processo, divulgação, execução, avaliação e primeiros encontros com os estudantes inicialmente selecionados.
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Serão realizadas atividades de formação da equipe do projeto de modo aprimorar os conhecimentos dos estudantes e demais participantes sobre os temas relacionados a ação: educação popular, movimentos sociais, moradia popular, etc. As atividades serão realizadas tanto presencialmente, quanto a distância, prevendo reuniões, estudos, seminários, debates, leituras, exibição e discussão de vídeos, dentre outras atividades pertinentes e que podem surgir como demanda própria dessa ação.
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Durante todo o projeto serão mantidas ações de investigação da realidade e diagnósticos das principais dificuldades das crianças e jovens da Ocupação Vitória por meio do acompanhamento das atividades educativas escolares e atividades propostas no âmbito do próprio projeto.
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Os estudantes envolvidos no projeto serão organizados em turno e dias da semana para a realização do apoio presencial das crianças e jovens no espaço educativa da Ocupação Vitória, atendo as demandas de acompanhamento de atividades escolares, aprofundamento de estudos, realização de trabalhos solicitados pela escola, promoção de ações educativas a partir de temas geradores que apontem os principais desafios da formação escolar do público do projeto.
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Serão realizados encontros, reuniões e formações gerais entre a equipe do projeto, liderança da Ocupação Vitória, e comunidade em geral para informes sobre as ações, avaliações, recolhimento de sugestões, divulgação dos resultados e atividades de formação geral para toda a comunidade, com base nos resultados obtidos do acompanhamento das crianças e jovens.
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A coordenação do projeto e os estudantes farão atividades de caráter avaliativo das ações propostas, contemplando reuniões, elaboração de portfólios pelos estudantes e relatórios para sistematização dos resultados.